Não é o melhor momento para vender milho
Segundo a TF Agroeconômica, três fatores estão no radar como potenciais impulsores

Julho continua sendo, historicamente, o pior momento do ano para a venda de milho no Brasil. A TF Agroeconômica reforça que, salvo em casos de extrema necessidade para saldar dívidas, os produtores devem evitar comercializar o cereal neste período. Para quem realmente precisa vender, a orientação da consultoria é estratégica: utilizar o valor da venda física para adquirir contratos futuros de compra na B3, buscando recuperar possíveis perdas com as altas que tendem a ocorrer à medida que os estoques forem se reduzindo nos próximos meses.
Segundo a TF Agroeconômica, três fatores estão no radar como potenciais impulsores dos preços. O primeiro é o movimento de hedge por parte dos fundos especulativos em Chicago, que aproveitaram os preços mínimos para ampliar posições, atentos à possibilidade de quebra localizada nas lavouras dos EUA, com previsão de calor excessivo e chuvas abaixo do ideal. O segundo fator é a retomada de negociações comerciais entre Estados Unidos e Japão. Um possível acordo poderia aliviar tarifas e reaquecer as exportações de milho norte-americano, beneficiando os preços globais. Por fim, a saída momentânea de grandes exportadores, como EUA e Argentina, reforça a posição do Brasil como principal fornecedor no mercado internacional, diante da demanda crescente.
No entanto, há risco no horizonte: os EUA elevaram tarifas sobre produtos canadenses, especialmente o etanol — setor que responde por cerca de 35% das exportações americanas e absorve entre 34% e 37% da produção anual de milho para ração. Essa medida pode gerar retaliações do Canadá e impactar negativamente a demanda pelo grão. Diante desse cenário de volatilidade, a recomendação é de cautela e posicionamento estratégico para aproveitar as oportunidades futuras do mercado.