Mercado do arroz reage no Sul, mas produtores seguem cautelosos

Os preços do arroz em casca seguem em trajetória de alta no mercado do Rio Grande do Sul, o principal polo produtor do grão no país. Pela terceira semana consecutiva, as cotações avançaram, impulsionadas pela combinação de demanda mais aquecida e redução na oferta disponível. A alta acumulada na parcial de julho já chega a 2,2%, revertendo parte das perdas registradas no mês anterior.

Segundo informações divulgadas pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o movimento de valorização está atrelado à maior presença de compradores, que buscam recompor estoques. Por outro lado, muitos vendedores têm se mantido retraídos nas negociações, o que tem levado as indústrias a elevarem suas ofertas para garantir o abastecimento. Apesar do momento mais favorável aos preços, produtores ainda demonstram cautela. As cotações, mesmo em recuperação, seguem abaixo dos patamares desejados para a nova safra e o setor ainda enfrenta incertezas relacionadas à elevação dos custos de produção.

Uma das principais preocupações do campo é o cenário internacional. A guerra tarifária iniciada pelos Estados Unidos pode pressionar o custo de insumos agrícolas, aumentando o risco sobre a rentabilidade da próxima temporada. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estima que a produção brasileira de arroz em 2024/25 atinja 12,32 milhões de toneladas, crescimento de 16,5% em relação à safra anterior.

No contexto global, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reduziu levemente, em 0,1%, a projeção para a produção mundial de arroz na safra 2025/26. A nova estimativa é de 541,27 milhões de toneladas. Apesar da leve revisão, o cenário internacional ainda apresenta estabilidade no volume global, mas os preços podem ser influenciados por disputas comerciais e oscilações nos custos logísticos.