Trigo segue pressionado
Na América do Sul, o mercado argentino mostra resistência

O mercado de trigo segue pressionado por fatores distintos que influenciam preços no Brasil e no exterior. Segundo a TF Agroeconômica, a desvalorização do dólar nos EUA, a menor oferta ucraniana e a resistência dos vendedores brasileiros contribuem para uma pressão de alta, enquanto a entrada das colheitas do Hemisfério Norte, o aumento da produção argentina e a disponibilidade uruguaia exercem efeito contrário.
Nos Estados Unidos, a inflação interna e as tarifas de Trump levaram a uma queda do dólar frente ao euro, favorecendo a competitividade das exportações americanas. Na Europa, o trigo registrou perdas na Euronext, o que pode tornar o produto europeu mais competitivo internacionalmente. Na Ucrânia, a colheita alcançou 98% da área plantada, totalizando 21,01 milhões de toneladas, ligeiramente abaixo da previsão do USDA de 22 milhões.
Na América do Sul, o mercado argentino mostra resistência a preços abaixo de US$ 193/tonelada, enquanto o Brasil enfrenta um fluxo de vendas menor nos principais estados produtores (RS, PR e SC), mantendo certa firmeza nos valores. No entanto, a disponibilidade de trigo uruguaio e a entrada das colheitas no Hemisfério Norte, incluindo Rússia e EUA, aumentam a oferta global e pressionam os preços para baixo.
No cenário nacional, o CEPEA registrou quedas recentes de 1,2% no RS e 3,88% no PR, reflexo da proximidade das colheitas e da retração dos moinhos. Apesar da resistência dos vendedores, os moinhos estão relativamente bem abastecidos até outubro, o que tende a manter os preços estáveis no curto prazo, mesmo diante da pressão de alta momentânea.