É melhor ter cautela com as vendas de milho
Diante desse cenário, a recomendação é que o produtor brasileiro redobre sua atenção

Segundo análise divulgada pela TF Agroeconômica, produtores que atuam no mercado de milho devem adotar uma postura cautelosa e estratégica, especialmente aqueles que operam com hedge na B3. A consultoria recomenda colocar ordens de compra próximas à linha de suporte e ordens de venda próximas à linha de resistência. Ainda, destaca que quem precisava levantar recursos em julho deveria ter vendido em março, quando os preços estavam R\$ 10 por saca mais altos.
Entre os fatores de alta destacados, a TF aponta a valorização do real frente ao dólar, que recuou 0,28% no dia, 2,59% na semana, 2,46% no mês e acumula queda de 10,09% em 2025 até agora. Essa movimentação melhora a competitividade do milho americano nas exportações, o que, paradoxalmente, acaba dando suporte aos preços internos com a valorização da safrinha brasileira. Outro ponto é a possibilidade de redução da safra nos EUA, uma vez que o excesso de umidade no cinturão leste pode levar agricultores a abandonarem o plantio e acionarem o seguro do USDA, introduzindo um prêmio de risco climático nas cotações.
Por outro lado, há fatores que pesam negativamente sobre os preços. Entre eles, destacam-se as tensões comerciais envolvendo os EUA, especialmente com o aumento das tarifas de importação de aço e alumínio de 25% para 50%, afetando parceiros importantes como México e Canadá. Isso limita a demanda por milho e etanol norte-americano. No Brasil, a pressão vem da ampla disponibilidade da próxima safra, cuja colheita começa em menos de 30 dias, além da queda nos preços das carnes e do etanol.
Diante desse cenário, a recomendação é que o produtor brasileiro redobre sua atenção às movimentações gráficas e esteja preparado para agir com base em dados e não apenas em expectativas. A estratégia de comercialização pode ser decisiva para preservar a rentabilidade em um mercado cada vez mais volátil.