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Crise mundial na produção de cacau abre portas

O cacau brasileiro tem potencial para expansão



O cacau brasileiro tem potencial para expansão O cacau brasileiro tem potencial para expansão - Foto: Pixabay

A escassez global de cacau, impulsionada por problemas climáticos, infestações de vírus e lavouras envelhecidas em Costa do Marfim e Gana, elevou os preços da matéria-prima em até 66% no último trimestre de 2024, segundo a Organização Internacional do Cacau (ICCO). Esse cenário cria uma oportunidade única para o Brasil retomar protagonismo na produção, apoiado por tecnologias como a irrigação localizada, que permitem manejo eficiente mesmo em regiões quentes e secas.

No Ceará, projetos iniciados em 2010 mostraram que o cacau pode se adaptar a condições de pleno sol com irrigação por gotejamento. Mudas jovens recebem entre 2 e 5 litros por dia, enquanto árvores adultas precisam de 20 a 40 litros, permitindo produtividade de até 2.000 kg/ha/ano, quase quatro vezes maior que a média de muitos países africanos. A fertirrigação ainda garante absorção adequada de micronutrientes, aumentando a uniformidade das safras.

O projeto cearense, liderado por Diógenes Sarmento, consolidou a produção local com clones adaptados ao Brasil, ampliando de quatro hectares iniciais para mais de 300 hectares atualmente. A verticalização da produção, com a fundação da indústria Cacau do Ceará, possibilitou escoamento eficiente e agregação de valor ao produto, incluindo subprodutos como manteiga e chocolates prontos.

“Fui contratado para coordenar essas pesquisas e testamos em várias regiões do Estado, o plantio de cacau, caqui, maçã e pera. Após anos de estudos, a cultura que melhor se adaptou foi o cacau”, disse Sarmento.

Com alta rentabilidade e baixo custo de produção, o cacau brasileiro tem potencial para expansão em todo o Nordeste e até outras regiões do País. Para isso, especialistas destacam a necessidade de parcerias público-privadas, linhas de crédito, capacitação de mão de obra e avanço na produção de mudas, garantindo que o Brasil se torne protagonista na cena mundial da cacauicultura. 

“O cacau nasceu para ser irrigado por gotejamento, pois a técnica não deixa aumentar umidade, que pode acarretar o desenvolvimento de fungos. A planta fica mais sadia, pois tecnologias como as da Rivullis possibilitam que recebam o recurso no momento que precisam e na quantidade certa”, diz Carlos Barh, engenheiro agrônomo.
 

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