Painéis solares entregam menos potência que a declarada
O estudo avaliou três tecnologias principais: PERC, TOPCon e BC

Um levantamento da TÜV Rheinland, referência global em testes e certificações, revelou que apenas 34,3% dos painéis fotovoltaicos testados em laboratórios da Ásia e Europa em 2024 alcançaram ou superaram a potência declarada pelos fabricantes. A maioria dos módulos apresentou desempenho inferior ao informado, embora a maior parte esteja dentro da margem de erro técnica de 1,5%.
O estudo avaliou três tecnologias principais: PERC, TOPCon e BC, sendo esta última a mais avançada e cara. Em testes de envelhecimento acelerado, os painéis BC tiveram o melhor desempenho geral, seguidos pelos TOPCon e PERC. No entanto, os TOPCon se destacaram em resistência ao calor.
O diretor da TÜV Rheinland na América do Sul, Vinícius Gibrail, destaca a importância de testes independentes precoces para evitar perdas e garantir maior segurança aos investidores, já que o mercado solar exige alto investimento e apresenta variações significativas entre fabricantes e tecnologias.
“Embora as diferenças identificadas estejam, em sua maioria, dentro da margem aceitável, elas podem impactar a confiança do consumidor. Por isso, é fundamental realizar testes com laboratórios independentes ainda nas fases iniciais de produção, permitindo ajustes sem comprometer o cronograma de lançamento”, afirma.
No Brasil, o setor de energia solar está em expansão, com mais de 55 GW instalados e mais de 1,6 milhão de empregos gerados, consolidando-se como a segunda maior fonte da matriz elétrica nacional, segundo dados da Absolar.
“Projetos solares exigem altos investimentos. Os resultados mostram que pode haver variações de qualidade não apenas entre tecnologias, mas também entre fabricantes. Realizar uma verificação prévia dos módulos ajuda a garantir um planejamento mais seguro e evita prejuízos”, conclui Gibrail.