
No Rio Grande do Sul, o mercado de trigo está marcado pela expectativa em torno da safra nova, com produtores e compradores atentos aos preços, que podem não cair como o esperado. Segundo informações da TF Agroeconômica, a forte resistência dos vendedores em aceitar as ofertas atuais tem potencial para impulsionar os preços, contrariando a tendência natural de baixa.
O mercado disponível segue lento, com compras pontuais e preços variando conforme qualidade, localização e prazo de pagamento; indicações para trigos que reduzam a necessidade do trigo argentino chegam a R$ 1.350,00 no interior, mas são raras, enquanto a maior parte se situa entre R$ 1.320,00 e R$ 1.350,00, e negócios pontuais fecham a R\$ 1.280,00 para embarque em agosto.
Para a safra nova, estima-se que já foram negociadas cerca de 90 mil toneladas, sendo 60 mil para exportação e 30 mil para moinhos. O trigo argentino para dezembro deve ter grande disponibilidade, pressionando os preços, que estão US$ 8/t menores que o trigo spot do país. A exportação nacional também sofreu queda nos preços, atingindo R$ 1.250,00 com opção do vendedor para entrega de trigo de menor qualidade. No interior gaúcho, os preços “da pedra” se mantêm em R$ 70,00 a saca.
Em Santa Catarina, o abastecimento ocorre principalmente com trigo gaúcho, e o mercado continua estável, com pequenas vendas pontuais e ampla oferta, impedindo alta de preços, que variam entre R$ 1.330,00 e R$ 1.360,00 FOB mais frete e ICMS. Trigo importado, especialmente em Paranaguá, mostra-se mais competitivo do que o paranaense. Os preços pagos aos triticultores tiveram leve recuo, variando de R$ 72,00 a R$ 78,00/saca dependendo da região, refletindo ajustes semanais, mas ainda acima do custo de produção atualizado pelo Deral.
No Paraná, a logística e o frete complicam a entrada do trigo paraguaio, enquanto o mercado spot permanece travado. O preço recuou para R$ 1.400 CIF e o futuro para R$ 1.300 CIF moinho, com alguns negócios esporádicos de trigo paraguaio chegando a R$ 1.440 CIF. Os preços médios pagos aos produtores recuaram 0,23% na semana, para R$ 75,87, reduzindo o lucro médio, mas permanecendo acima do custo de produção.