Trigo gaúcho perde força com pressão do câmbio
Em Santa Catarina, o trigo local segue sem ofertas consistentes

O mercado do trigo segue pressionado no Sul do Brasil, com exportações pouco viáveis e concorrência crescente do produto importado. Segundo a TF Agroeconômica, a alternativa para enxugar a oferta e sustentar os preços gaúchos seria a exportação, mas os custos tornam a operação inviável.
O trigo argentino está sendo ofertado para dezembro a US$ 220, o que, após descontos e margem, resulta em valores equivalentes a R$ 1.000 por tonelada no interior gaúcho, ou cerca de R$ 60 por saca. Esse patamar inviabiliza os embarques, mantendo os preços internos em torno de R$ 1.380 FOB para vendedores da safra velha, enquanto compradores ofertam R$ 1.250 para retirada em setembro e pagamento em outubro.
Em Santa Catarina, o trigo local segue sem ofertas consistentes, restando a presença do produto gaúcho, tanto de safra velha quanto nova. As indicações giram entre R$ 1.150 e R$ 1.200, mas ainda sem negócios. Nos preços pagos diretamente ao produtor, houve avanços pontuais: Canoinhas subiu para R$ 75,67/saca, enquanto Joaçaba manteve R$ 74,50, e Xanxerê recuou para R$ 75,00. Em outras praças, como Chapecó, Rio do Sul e São Miguel do Oeste, as cotações se mantêm estáveis há várias semanas.
No Paraná, a queda do dólar aumentou a competitividade do trigo argentino frente ao gaúcho, pressionando ainda mais o mercado interno. Moinhos iniciaram a semana indicando R$ 1.350 CIF para trigo paranaense, mas negócios ainda são limitados. Em Ponta Grossa, compradores chegaram a R$ 1.400 CIF para entrega em outubro, enquanto ofertas de trigo paraguaio e argentino também circulam na região, com preços entre US$ 250 e US$ 269 CIF, reforçando a concorrência e os desafios para os triticultores nacionais.