Preço do milho recuou em abril com retração de compradores
Principal razão para a desvalorização foi a postura retraída de compradores

O mercado brasileiro de milho registrou recuo nos preços durante abril, após ter alcançado níveis próximos de R$ 90 por saca de 60 kg em meados de março. A queda foi observada em boa parte das regiões monitoradas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), refletindo o comportamento mais cauteloso dos compradores no mercado físico.
Segundo os pesquisadores do Cepea, a principal razão para a desvalorização foi a postura retraída de compradores, que reduziram as aquisições no spot e priorizaram o uso de estoques internos. Essa estratégia foi adotada com a expectativa de novas quedas nos preços nas semanas seguintes.
Ao mesmo tempo, a pressão de venda por parte dos produtores aumentou em algumas regiões, diante da necessidade de liberar espaço para a colheita da segunda safra. Esse movimento adicionou ainda mais oferta ao mercado, contribuindo para o enfraquecimento dos valores.
O cenário de queda também está relacionado ao avanço das lavouras da safrinha, que apresentam bom desenvolvimento em várias localidades, especialmente no Centro-Oeste. Com isso, o mercado já antecipa uma possível recuperação da oferta nos próximos meses, o que reforça o viés de baixa no curto prazo.
Apesar da retração em abril, analistas do Cepea alertam que o cenário futuro ainda depende de fatores climáticos e da movimentação no mercado internacional, que pode influenciar a competitividade do milho brasileiro. A taxa de câmbio e a demanda externa seguirão como variáveis importantes no comportamento dos preços.
Para os próximos meses, o mercado permanece atento às estimativas de produção da segunda safra, bem como à postura de compradores e exportadores. Em meio à instabilidade, produtores devem manter cautela nas negociações e buscar alternativas de comercialização mais seguras diante da volatilidade.