Geadas severas afetam canaviais no Centro-Sul
Entre as ações recomendadas estão o rebaixamento do dossel em soqueiras comprometidas

O inverno de 2025 já é considerado um dos mais rigorosos dos últimos anos no Brasil. A onda de frio registrada em 25 de junho trouxe geadas intensas para regiões produtoras de cana-de-açúcar no Centro-Sul, como Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Com temperaturas próximas ou abaixo de 0 °C, os canaviais sofreram danos significativos, visíveis a partir do sétimo dia após o evento climático.
Folhas queimadas, rachaduras nos colmos e morte das gemas apicais são alguns dos sintomas identificados no campo. Esses prejuízos impactam diretamente o desempenho agrícola e exigem resposta técnica rápida. O mapeamento detalhado das áreas afetadas, por meio de sensoriamento remoto e avaliação em campo, permite definir prioridades de colheita e estratégias de recuperação.
Entre as ações recomendadas estão o rebaixamento do dossel em soqueiras comprometidas, correções nutricionais com potássio, cálcio e silício, além do uso de irrigação ou fertirrigação para estimular a rebrota. A aplicação de bioestimulantes e biossoluções também é indicada para acelerar a retomada do crescimento e preservar o TCH (toneladas de cana por hectare).
Soluções tecnológicas vêm sendo utilizadas para reduzir perdas e garantir uniformidade e sanidade das lavouras. A aplicação precoce de biossoluções ajuda na proteção dos tecidos vegetais e favorece a formação de touceiras mais vigorosas. Embora o inverno ainda não tenha terminado, ações bem planejadas e integradas podem minimizar os impactos e assegurar melhores resultados na safra.
“É hora de agir tecnicamente e com agilidade. A resposta ao estresse precisa ser planejada com base em dados reais de campo e estratégias de longo prazo”, finaliza Camillo Ferrarezi Giachini, engenheiro de Desenvolvimento de Mercado da ADAMA.