Ruptura em supermercados cai em julho
“Não se trata exatamente de desaceleração"

O Índice de Ruptura da Neogrid, que mede a falta de produtos nas gôndolas, registrou 12,2% em julho, queda de 1,4 ponto percentual em relação a junho (13,6%). A redução foi impulsionada por alimentos essenciais como açúcar, arroz, azeite, café e feijão, enquanto apenas os ovos registraram aumento nas faltas, passando de 20,7% para 21,6%. Segundo Robson Munhoz, diretor de Relações Corporativas da Neogrid, a retração reflete consumo mais racional e um varejo que não cresceu no mês.
“Não se trata exatamente de desaceleração, mas a inflação persiste e o preço segue moldando o comportamento de compra”, analisa Robson Munhoz, diretor de Relações Corporativas da Neogrid. “Os consumidores estão cada vez mais seletivos e racionais, e isso, combinado com um varejo alimentar que não cresceu em julho, ajuda a explicar a queda da ruptura.”
O açúcar teve queda de 0,5 p.p. na ruptura, beneficiado por safra regular e preços mais estáveis. O açúcar refinado caiu de R$ 4,80 para R$ 4,60, o cristal de R$ 4,15 para R$ 3,94, e o demerara de R$ 7,23 para R$ 6,93, enquanto o mascavo subiu levemente de R$ 16,46 para R$ 16,54.
O arroz recuou de 9,2% para 7,9% na ruptura, com estoques regionais e importações equilibrando a oferta. Todos os tipos tiveram queda de preços: integral de R$ 10,89 para R$ 10,63, branco de R$ 5,67 para R$ 5,49 e parboilizado de R$ 5,14 para R$ 5,00. Já o azeite teve retração de 1,5 p.p., com extravirgem caindo de R$ 96,02 para R$ 93,76 e virgem de R$ 81,65 para R$ 80,53, impulsionado por melhora na oferta internacional.
Café e feijão também registraram redução na ruptura (café: 10,4% para 8,4%; feijão: 9,5% para 7,4%), refletindo safra consistente e condições climáticas favoráveis. Em contrapartida, os ovos sofreram leve alta nos preços de algumas embalagens, impactados por custos de ração e clima, embora outras apresentassem queda.