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Robusta pode perder espaço com nova tarifa americana

Café brasileiro sob pressão com possível tarifa dos EUA



Foto: Divulgação

O mercado de café atravessa um período de incertezas, com ritmo de negociações mais lento e receio quanto ao impacto de uma possível tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos. A medida, que ainda está em discussão, pode afetar diretamente a competitividade do café solúvel nacional, cuja base é o grão robusta, prejudicando o fluxo comercial com um dos principais compradores do produto.

Segundo informações do boletim mais recente do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a colheita avança de forma positiva para o arábica e já está praticamente encerrada para o robusta, o que tem elevado a oferta disponível no mercado interno. No entanto, o aumento da disponibilidade ocorre em um cenário de volatilidade e incertezas quanto à demanda externa, especialmente em relação ao mercado norte-americano.

Os pesquisadores do Cepea destacam que o robusta brasileiro tem conquistado espaço nos últimos meses, principalmente em função da quebra na safra do Vietnã em 2023 e dos entraves logísticos enfrentados pelos exportadores asiáticos. Esse cenário favoreceu as exportações brasileiras para destinos como Europa e Américas. Contudo, com a possível implementação da tarifa, a vantagem competitiva do Brasil pode ser revertida.

A principal preocupação do setor se concentra no impacto sobre o café solúvel, produto de valor agregado que representa uma fatia significativa das exportações para os Estados Unidos. A adoção da nova tarifa exigiria uma reconfiguração da logística de envio e da estratégia comercial das empresas brasileiras para manter o atendimento ao mercado americano.

Mesmo com o ritmo acelerado da colheita, a indefinição sobre as medidas comerciais dos EUA tem travado a liquidez no mercado interno e deixado produtores e exportadores em compasso de espera. O setor avalia alternativas para mitigar os efeitos da tarifa e buscar novos canais de escoamento da produção.

Especialistas apontam que o próximo passo será acompanhar os desdobramentos da política comercial americana e como isso poderá influenciar os preços internos, a rentabilidade dos produtores e as estratégias de exportação no segundo semestre.

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