Milho avança na colheita da safrinha e exportações surpreendem
O mercado do milho no Brasil atravessa um período de estabilidade

O mercado do milho no Brasil atravessa um período de estabilidade, mas com sinais positivos tanto no campo quanto no comércio exterior. Segundo informações divulgadas pela CEEMA, a média de preços no Rio Grande do Sul ficou em R$ 62,37/saca, enquanto em outras regiões os valores variaram de R$ 44,00 a R$ 58,00/saca.
Na Bolsa de Chicago, o cereal encerrou o dia 21/08 a US$ 3,87/bushel, contra US$ 3,75 da semana anterior. Apesar da leve melhora, os preços internacionais seguem pressionados pelo avanço da safra norte-americana, que registra 71% das lavouras em boas condições, conforme o USDA.
No Brasil, a colheita da segunda safra (safrinha) está praticamente concluída, com 94% da área já colhida no Centro-Sul até meados de agosto. Ao mesmo tempo, o plantio da nova safra de verão avança, puxado pelo Rio Grande do Sul, que inicia o ciclo no país.
O grande destaque vem das exportações. De acordo com dados da Secex, nos primeiros 11 dias úteis de agosto, o Brasil já embarcou 3,1 milhões de toneladas de milho, volume equivalente a mais da metade de todo o exportado em agosto de 2024. Com isso, a projeção para o ano comercial foi revisada para cima, podendo superar 40 milhões de toneladas, contra os 36 milhões previstos inicialmente pela Conab.
Esse desempenho reforça o papel do Brasil como um dos principais exportadores globais de milho, em um momento em que a Argentina também amplia sua área semeada, estimada em 7,8 milhões de hectares, um crescimento de 9,6%.
No mercado futuro, os contratos da B3 indicaram preços de R$ 65,25/saca para setembro/25 e R$ 70,65/saca para janeiro/26, sinalizando expectativa de valorização nos próximos meses.
Para os produtores brasileiros, o cenário se mostra positivo: com exportações em ritmo acelerado e a colheita quase concluída, a comercialização deve ganhar fôlego, ainda que a pressão da safra americana limite altas mais expressivas no curto prazo.