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Como está o cenário da soja no Brasil?

Cenário de preços ameaçam rentabilidade dos produtores de soja


Foto: Pixabay

Aproveitando-se de um Chicago mais firme, da manutenção de um câmbio ao redor de R$ 5,00 por dólar, e prêmios com indicativo de melhoria para os meses futuros, mesmo que ainda baixos, os preços no Brasil melhoraram novamente, conforme os dados divulgados na análise semanal da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA). A média gaúcha fechou a semana em R$ 115,15/saco, enquanto as principais praças locais registraram valores entre R$ 114,00 e R$ 115,00. Já no restante do país os preços oscilaram entre R$ 103,00 e R$ 109,00/saco.

Segundo as informações da Ceema, neste contexto, vale destacar que a colheita brasileira da soja atingiu a 69% da área até o final da semana anterior, contra 71,7% na média histórica para esta data, conforme dados da Pátria AgroNegócios. O Rio Grande do Sul registrava 8% da área colhida, em 28/03, contra a média histórica de 27% nesta data, de acordo com a Emater/RS. E no Paraná, a colheita atingia a 87% da área nesta semana, com uma produção esperada de 18,3 milhões de toneladas, ou seja, 3,5 milhões a menos do que o inicialmente esperado, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab).

Dito isso, continuam as divergências sobre o total de safra que será colhido no Brasil neste ano. Enquanto muitas instituições públicas e privadas avançam um volume abaixo de 150 milhões de toneladas, a consultoria Agroconsult, por exemplo, informa que, através do uso de imagens de satélite e números obtidos no seu tradicional Rally da Safra, a produção brasileira poderá ser bem maior, podendo chegar a 156,5 milhões de toneladas, com produtividade média nacional em 56,2 sacos/hectare, sendo que para o Rio Grande do Sul esta produtividade chegaria a 57,2 sacos/hectare.

Apesar deste maior otimismo na produção final, números apontados pela Datagro dão conta de que, pela primeira vez, após 17 safras consecutivas de bons resultados na média nacional (exclui-se o Rio Grande do Sul em função das últimas frustrações importantes ocorridas), um número “expressivo de produtores de soja no país terá resultados negativos com a soja neste ano”. Isso confirma nossos alertas, pois além de algumas perdas na produção, a forte queda nos preços diante de custos ainda elevados, poderia determinar este quadro negativo.

Segundo a citada consultoria, “foi observada expressiva retração nos custos operacionais de produção, da safra 2023/24 de soja, nos estados do Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul, líderes nacionais na produção da oleaginosa, porém, esse recuo acontece sobre uma base muito elevada, depois dos fortes aumentos registrados nas safras 2021/22 e 2022/23 (...), e, por outro lado, houve aumento expressivo nos custos fixos”. Ainda segundo a Datagro, “depois de 17 anos seguidos de renda dominantemente positiva aos produtores brasileiros de soja, a temporada da safra 2023/24 corre o risco de ter resultados negativos para a maioria. Só conseguirá atingir o 18º ano de lucratividade bruta favorável aqueles produtores que obtiveram sucesso na produtividade média.”.

Por sua vez, a exportação de soja brasileira, em março, foi revisada para baixo, ficando em 13,5 milhões de toneladas, segundo a Anec. Lembrando que em março do ano passado o volume exportado alcançou a 14,4 milhões de toneladas. Já o farelo de soja terá exportações de 1,9 milhão de toneladas.

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