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Desvalorização do real impulsiona alta nos preços da soja no Brasil

Exportação brasileira de soja em abril mostra queda de 9%


Foto: Pixabay

No Brasil, devido a novas desvalorizações do real (a moeda brasileira chegou a R$ 5,09 durante a semana), os preços da soja subiram mais um pouco. As principais praças gaúchas praticaram R$ 118,00/saco, enquanto a média do Estado ficou em 119,06, conforme dados da análise semanal da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA). Já nas demais regiões brasileiras a soja oscilou entre R$ 106,00 e R$ 111,00/saco.

Dito isso, a colheita no Brasil chegou a 79,3% da área no final da semana passada, contra a média de 83,8%. Houve muita chuva em regiões produtoras, fato que atrasou um pouco mais a colheita. (cf. Pátria AgroNegócios) No Rio Grande do Sul, a mesma atingia a 38% da área, no dia 11/04, contra 53% na média histórica para esta data, segundo a Emater.

Por outro lado, segundo os mais pessimista, novas estimativas dão conta de que a safra final de soja no Brasil será de 145,5 milhões de toneladas neste ano de 2023/24. Este número foi revisado para cima após a indicação de apenas 143,9 milhões em março, de acordo com AgResource.

A Conab, em seu relatório deste dia 11/04, apontou uma safra final brasileira, neste ano, em 146,5 milhões de toneladas, com uma redução de 5,2% sobre os números indicados por ela para a safra anterior. Os estoques finais brasileiros, neste ano, ficariam em 2,48 milhões de toneladas, contra 3,3 milhões no ano anterior. Por sua vez, as exportações brasileiras de soja alcançariam 92,3 milhões de toneladas em 2024, ficando levemente abaixo do registrado no ano anterior.

Já a comercialização da atual safra, no Mato Grosso, atingia a 55,9% no início da presente semana. Na mesma época do ano passado os produtores mato-grossenses haviam vendido 60,8% de sua safra de então, sendo que a média histórica, para esta época é de 71,5% da safra. Portanto, diante dos baixos preços e do atraso na colheita, com perdas climáticas, há uma redução no ímpeto vendedor dos agricultores do maior Estado produtor de soja do país. Enquanto isso, as vendas antecipadas, relativas à safra 2024/25, que ainda será semeada a partir de setembro, atingiam a 6,8%, contra a média histórica de 18,2% neste período, a partir de uma produção projetada para o próximo ano.

E as exportações de soja, pelo Brasil, bateram recorde no primeiro trimestre do corrente ano, atingindo a 22,1 milhões de toneladas, sendo 15,7% acima do registrado no mesmo período do ano anterior. A desvalorização momentânea do Real estimula as vendas externas neste momento. No porto de Paranaguá (PR) os indicadores de preço estiveram entre R$ 120,54 e R$ 124,28/saco durante a semana. Para embarque em maio, a paridade de exportação aponta preço de R$ 131,44/saco, para junho R$ 133,55 e para agosto R$ 137,74/saco no mesmo porto, conforme dados do Cepea/Esalq.

Vale ainda destacar que a exportação brasileira de soja, nos cinco primeiros dias úteis de abril, atingiu a 3,6 milhões de toneladas, representanto queda de 9% quando comparada com o mesmo período de abril do ano passado. Em tal contexto, e com a confirmação de uma safra menor do que o esperado, a Anec estima que o Brasil realmente irá exportar menos soja neste ano.

 

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