Essa é uma das maiores dificuldades da cana
Um dos desafios é a exigência de alta vazão de calda

De acordo com Alexandre Braga, Coordenador de Desenvolvimento Técnico de Mercado na Ubyfol, uma das maiores preocupações no cultivo da cana-de-açúcar é o manejo das pragas de solo no período pós-colheita. A presença de Sphenophorus, cigarrinha, nematoides e até da broca-gigante exige intervenções específicas após o corte da lavoura para mitigar danos e garantir a longevidade do canavial.
O corte de soqueira é, em muitos casos, a única operação viável para esse manejo. No entanto, trata-se de uma atividade complexa, que demanda atenção ao momento ideal de aplicação, ao comportamento das pragas e às limitações operacionais. Um dos desafios é a exigência de alta vazão de calda, entre 200 e 300 litros por hectare, o que torna a operação mais lenta e menos produtiva. Além disso, a escolha do equipamento adequado, seja com dois ou três sulcos, deve seguir o padrão do plantio para manter o paralelismo entre implemento e linha de cana, favorecendo a eficiência da operação.
No controle químico e biológico, a definição do inseticida depende diretamente do alvo. Braga destaca que os nematicidas biológicos têm apresentado resultados superiores aos químicos no controle de nematoides. Para as demais pragas, a associação entre produtos biológicos e químicos tem sido a abordagem mais eficaz, aproveitando a variedade de defensivos hoje disponíveis no mercado.
Por fim, Braga alerta que o próprio corte da soqueira causa um estresse fisiológico à planta, que reage como se estivesse lesionada. Estimativas práticas indicam que esse impacto pode representar perdas de 5 a 7 toneladas por hectare. Para compensar esse prejuízo, é essencial complementar o tratamento com bioestimulantes, fungicidas (inclusive biológicos) e nutrição, especialmente de micronutrientes, visto que os macronutrientes normalmente já são fornecidos na adubação e correção de solo.