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Alta nos preços do café superou R$500,00 por saca em agosto, aponta Cepea

Com preços em alta, muitos produtores optaram por aguardar melhores condições


Foto: Divulgação

A colheita de café no Brasil foi encerrada em agosto com forte valorização dos preços. Segundo dados do Cepea, os grãos arábica e robusta registraram altas de 28% e 49%, respectivamente, impulsionadas por oferta limitada, geadas e tarifas dos EUA.

Oferta limitada e quebra de safra elevam cotações
De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o mês de agosto marcou um avanço expressivo nos preços do café. A valorização acumulada das variedades arábica e robusta superou os R$ 500 por saca de 60 kg, retomando os níveis observados no início da colheita, entre maio e junho.

A sustentação nos preços tem origem, sobretudo, na oferta restrita. “O encerramento da colheita brasileira evidenciou quebras de produção superiores às estimativas iniciais, o que tende a dificultar a recomposição dos estoques globais”, aponta o boletim do Cepea.

Impacto das tarifas dos EUA e mercado internacional
Outro fator de pressão altista veio do mercado internacional. A imposição de tarifas extras pelos Estados Unidos sobre o café brasileiro reduziu os embarques para aquele país. Ainda assim, o reflexo imediato foi a elevação dos preços no mercado norte-americano, o que impulsionou os contratos futuros negociados na Bolsa de Nova York (ICE Futures). O contrato Dezembro/25 subiu 34% no mês, encerrando a 386,10 centavos de dólar por libra-peso em 29 de agosto.

Geadas e expectativa com a próxima florada
As condições climáticas também entraram no radar. Geadas pontuais foram registradas no inverno em áreas-chave de produção, especialmente no Cerrado Mineiro. O impacto pode afetar o desenvolvimento da safra 2026/27, considerada estratégica para a recomposição de estoques mundiais.

Com a chegada de setembro, o mercado passa a observar a próxima florada, que depende do retorno das chuvas. “A safra 2026/27 será crucial para o reequilíbrio global da oferta, após sucessivas safras brasileiras abaixo do recorde”, analisa o Cepea.

Dados e comportamento do mercado interno
Entre 31 de julho e 29 de agosto, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto em São Paulo, subiu R$ 511,18 por saca (28,2%), fechando o mês a R$ 2.323,05. Já o robusta tipo 6, peneira 13 acima, a retirar no Espírito Santo, avançou R$ 505,95 por saca (49,2%), cotado a R$ 1.534,40.

Negociação e estratégias dos produtores
Com os preços em alta, muitos produtores optaram por aguardar melhores condições de mercado antes de vender a safra. A valorização desde o final de 2024 reforçou o poder de barganha, favorecendo decisões mais estratégicas. A tendência de firmeza nos preços do café dependerá agora do clima nas próximas semanas e da evolução da florada. A possível redução na oferta internacional e a expectativa em torno da safra 2026/27 mantêm o mercado aquecido e em alerta.

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