Soja: estoques globais altos mantêm preços pressionados
Relatório da Céleres aponta cenário desafiador para a soja na safra 25/26
Foto: Pixabay
A mais recente análise da Céleres, divulgada em junho de 2025, destaca um cenário desafiador para a soja no mercado internacional. Mesmo com a redução da área plantada nos Estados Unidos, os elevados estoques globais continuam pressionando os preços da oleaginosa.
De acordo com o relatório, a área destinada à soja na safra 2025/26 nos EUA sofreu uma retração de 3,9%, resultado de uma menor atratividade frente ao milho, que neste ano tem apresentado margens mais favoráveis. A menor intenção de plantio reflete a atual razão de preços entre soja e milho em Chicago, que permanece abaixo de 2,30.
Apesar da retração na área cultivada, o mercado ainda enfrenta um cenário de sobreoferta. A relação estoque/consumo global da soja segue em níveis recordes, fator que limita qualquer tendência de alta nas cotações no curto prazo. Essa condição reforça a preocupação dos produtores quanto à rentabilidade.
O cenário climático favorável nos Estados Unidos também contribui para a continuidade da pressão nos preços. Com condições adequadas para o desenvolvimento das lavouras, a expectativa é de que a produtividade se mantenha elevada, compensando parcialmente a redução na área plantada.
No entanto, a Céleres aponta que a menor competitividade dos Estados Unidos no comércio global pode beneficiar o Brasil. A redução do potencial de exportação norte-americano abre espaço para que a soja brasileira ganhe protagonismo nas negociações internacionais, especialmente com países da Ásia e da Europa.
Ainda assim, os elevados estoques globais funcionam como um freio para os preços internos no Brasil. Mesmo com possível aumento na demanda externa, os produtores brasileiros devem manter cautela ao comercializar a safra, diante de um cenário de margens mais apertadas.
Outro ponto destacado pela Céleres é a importância do mercado climático e dos desdobramentos geopolíticos nos próximos meses. Esses fatores devem ser determinantes para a formação dos preços em Chicago e para as oportunidades de comercialização no Brasil.
