Alta do dólar pressiona o trigo no Sul
Por fim, o preço médio da saca no Paraná recuou 0,35% na semana

A alta do dólar impactou diretamente o custo dos importados e aumentou a competitividade do trigo nacional no Sul do Brasil. Segundo informações da TF Agroeconômica, os moinhos do Rio Grande do Sul seguem cautelosos nas compras, selecionando apenas os melhores lotes da safra velha. O pagamento está sendo feito sob demanda, com teto de R\$ 1.330 por tonelada, e produtos com pequenos defeitos não são aceitos. Com cerca de 360 mil toneladas disponíveis em 30 de junho, a estimativa é de que restem 130 mil toneladas até o final de outubro, garantindo abastecimento até a chegada da nova safra.
Em Santa Catarina, os preços permanecem estáveis e os negócios escassos. A oferta de trigo gaúcho continua alta e pressiona os valores locais. Vendas recentes ocorreram a R\$ 1.400 FOB para trigo pão, enquanto o trigo do RS é oferecido entre R\$ 1.330 e R\$ 1.360. A nova safra preocupa: houve queda de 20% nas vendas de sementes e a Conab projeta redução de 6,3% na produção do estado. Os preços pagos aos produtores se mantêm em patamares semelhantes há semanas, variando entre R\$ 75 e R\$ 79 a saca.
No Paraná, a preocupação com a qualidade do trigo, após episódios de geada, levou os moinhos a buscarem produto importado, com destaque para o trigo argentino e paraguaio, que chegam ao estado por valores próximos aos do produto local. A safra velha continua travada, com vendedores pedindo até R\$ 1.500 FOB, mas sem acordos firmados. Já os preços da safra nova estão 18,4% acima dos registrados no mesmo período de 2024, refletindo um mercado mais firme.
Por fim, o preço médio da saca no Paraná recuou 0,35% na semana, fechando a R\$ 77,42, contra um custo de produção estimado em R\$ 73,53. Mesmo assim, o lucro médio do produtor ainda é positivo, em torno de 5,29%, apesar da pressão por margens mais apertadas no setor.