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Caruru acelera ciclo e desafia manejo no Cerrado

A falta de manejo adequado pode resultar em um aumento do banco de sementes



 A falta de manejo adequado pode resultar em um aumento do banco de sementes A falta de manejo adequado pode resultar em um aumento do banco de sementes - Foto: Anderson Cavenaghi

O caruru (Amaranthus spp.) tem mostrado grande resistência e adaptabilidade mesmo diante das condições adversas da entressafra no Cerrado. Segundo o pesquisador Sérgio Mateus Tronquini, essa planta antecipou seu ciclo e já está em estágio reprodutivo, apresentando poucas folhas, mas investindo fortemente no desenvolvimento radicular e na produção de sementes. Essa estratégia é uma demonstração clara do instinto de perpetuação da espécie, transformando o caruru em um verdadeiro “canhão de sementes” que eleva significativamente a pressão sobre a cultura da soja, com múltiplos fluxos de emergência ao longo do ciclo produtivo.

Essa capacidade do caruru de antecipar seu ciclo e produzir grande quantidade de sementes torna o manejo mais complexo, especialmente se não houver controle eficaz durante a entressafra. A falta de manejo adequado pode resultar em um aumento do banco de sementes no solo, dificultando o controle nas safras seguintes e elevando os custos de produção.

Para enfrentar esse desafio, Tronquini reforça que o manejo assertivo deve ser feito ao longo de todo o ano, distribuindo estratégias e investimentos de forma inteligente, e não simplesmente aumentando os gastos. Entre as recomendações para a próxima safra estão o uso de herbicidas pré-emergentes devidamente posicionados, escolhidos com base no problema predominante em cada área e no histórico de resistência das plantas daninhas.

Em áreas com histórico de escapes, é fundamental optar por cultivares com tecnologias que permitam o uso de herbicidas pós-emergentes adicionais, ampliando o leque de ferramentas disponíveis. Os herbicidas do grupo PROTOX, como fomesafem e lactofem, continuam sendo ferramentas importantes na pós-emergência da soja, mas apresentam limitações em relação ao estádio da planta e não podem ser usados isoladamente para controle total.

Outro ponto essencial destacado por Tronquini é o monitoramento constante dos fluxos de emergência das plantas daninhas ao longo de todo o ciclo da cultura, permitindo ações mais precisas e oportunas. Além disso, ele aponta a safrinha como um momento crucial para reduzir o banco de sementes no solo, contribuindo para a diminuição da pressão das plantas daninhas nas safras seguintes, o que, na opinião do pesquisador, é o ponto mais importante para o manejo eficiente do caruru.
 

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