Arroz e feijão mais baratos, mas consumo segue em queda
Arroz e feijão continuam sendo alimentos nutritivos, acessíveis e sustentáveis

Mesmo com preços mais baixos, o consumo de arroz e feijão continua diminuindo no Brasil, segundo dados divulgados pela CNN Brasil. De janeiro a junho de 2025, o consumo per capita de arroz caiu 4,7%, enquanto o de feijão teve retração de 4,2%. A tendência não é recente: desde 1985, o consumo de arroz por pessoa caiu de 40 para 28,2 quilos ao ano, e o de feijão passou de 19 para 12,8 quilos, podendo ser ainda menor, conforme estimativas de mercado.
De acordo com Sérgio Cardoso, diretor de operações da Itaobi Representações, o cenário preocupa toda a cadeia produtiva, que enfrenta estoques elevados e margens cada vez mais apertadas. Para ele, a redução no consumo está ligada a mudanças no estilo de vida do brasileiro: famílias menores, menos tempo disponível para cozinhar, aumento das refeições fora de casa e substituição por alimentos prontos e ultraprocessados.
Nesse contexto, o especialista afirma que a queda no consumo representa um desafio não apenas econômico, mas também de saúde pública. Arroz e feijão continuam sendo alimentos nutritivos, acessíveis e sustentáveis, essenciais na composição de uma dieta equilibrada. Ainda assim, perdem espaço para alternativas industrializadas que prometem conveniência, mas entregam menos valor nutricional.
Cardoso alerta que é preciso uma política de valorização da alimentação de base e uma reconexão cultural com o que é típico da mesa brasileira. “É um problema para a saúde pública, para o bolso do consumidor e para toda a cadeia que produz, beneficia e distribui arroz no Brasil. A indústria precisa estar atenta. E o país precisa decidir se vai continuar negligenciando sua comida de verdade”, conclui.