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Seca provoca perdas na reta final da colheita da soja

Produtividade da soja fica abaixo do esperado



Foto: USDA

Segundo dados do Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado na última quinta-feira (8), a colheita da soja avançou e já atinge 95% da área cultivada no Rio Grande do Sul. Em diversas localidades das regiões do Planalto e Alto Uruguai, no Norte e Nordeste do estado, os trabalhos já foram concluídos.

O tempo seco e os períodos prolongados de insolação favoreceram o avanço das operações no campo. No entanto, a formação intensa de orvalho no início da manhã tem atrasado o início das atividades. “A elevada umidade retida nas hastes, ramos e vagens aumenta o risco de perdas por grãos deteriorados ou danificados durante a operação”, informa o boletim.

A produtividade tem oscilado entre 1.000 e 2.500 quilos por hectare, com médias inferiores às inicialmente projetadas. A variação reflete os diferentes níveis de déficit hídrico enfrentados pelas lavouras ao longo do ciclo. As áreas remanescentes, que correspondem a 5% da safra, estão em estágio de maturação fisiológica e prontas para a colheita.

A ausência de chuvas por até quatro semanas consecutivas em algumas regiões tem provocado a debulha natural dos grãos ainda em campo. O fenômeno tem causado perdas adicionais. Na Região Oeste do estado, levantamento da Emater/RS-Ascar apontou perdas médias de 80 quilos por hectare em grãos encontrados no solo antes mesmo da entrada das colhedoras.

As indenizações do Proagro e Proagro Mais têm sido liberadas com maior agilidade nesta safra, impulsionadas pela flexibilização da documentação exigida. “A dispensa de apresentação de notas fiscais tem facilitado o processo”, aponta o relatório. Ainda assim, o acionamento dos seguros, públicos ou privados, está restrito a perdas expressivas. A redução na cobertura do Proagro, que varia entre 25% e 50% conforme a janela de plantio determinada pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático, tem dificultado o acesso à compensação para produtores com produtividade de até 1.200 quilos por hectare. A limitação tem afetado especialmente agricultores do Pronamp e do grupo “Demais Produtores”, que não contam com renda mínima garantida.

Após o encerramento da colheita, os produtores aguardam o retorno das chuvas para repor a umidade do solo e iniciar a semeadura das culturas de inverno, das plantas de cobertura ou de adubação verde. No intervalo, realizam práticas de conservação e manejo do solo, como calagem, subsolagem e construção de terraços, com o objetivo de melhorar as condições físico-químicas, favorecer a infiltração de água e conter a erosão hídrica.

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