Clima seco e quente favorece desenvolvimento de grãos na Europa

O clima seco e quente predominou na Europa Central e do Norte, enquanto chuvas adicionais foram registradas na Península Ibérica, conforme aponta o boletim Weekly Weather and Crop Bulletin, divulgado nesta terça-feira (6) pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

De acordo com o USDA, “o céu ensolarado e as temperaturas acima do normal, de 3 a 6°C, favoreceram o desenvolvimento do trigo de inverno, da cevada e da colza”, que se encontram em fase vegetativa na Alemanha, Polônia e Estados Bálticos, e em fase reprodutiva na Inglaterra e na França.

Apesar do avanço no crescimento das culturas, o órgão alertou que persistem déficits significativos de umidade em longo prazo em regiões como Inglaterra, norte da França, Dinamarca e Alemanha, onde a precipitação acumulada desde 1º de março ficou abaixo de 50% do normal.

No terço oriental do continente, o tempo seco também estimulou o desenvolvimento das culturas de inverno e o início da semeadura de milho, girassol e soja. O boletim ressalta, porém, que “as culturas de inverno precisam de chuva no nordeste da Europa”, embora o desenvolvimento seja considerado favorável na maior parte do Vale do Rio Danúbio, com exceção da costa seca do Mar Negro.

Na Itália, o clima quente e seco, com temperaturas entre 4 e 5°C acima da média, favoreceu o trabalho de campo e o crescimento dos grãos de inverno. No entanto, chuvas intensas retornaram ao final do período monitorado.

Enquanto isso, Espanha e Portugal registraram chuvas moderadas a fortes e trovoadas, com volumes entre 10 e 65 milímetros, sustentando boas perspectivas para a produtividade dos grãos de inverno, que estão entre as fases reprodutiva e de enchimento. Segundo o USDA, “a precipitação acumulada desde 1º de setembro nas principais regiões produtoras da Espanha atingiu de 200 a 260% do normal”, configurando o período mais chuvoso dos últimos 30 anos na Andaluzia e em Castela-La Mancha, e o segundo mais chuvoso em Castela e Leão.