Expointer 2025: suco de uva gaúcho ganha reconhecimento internacional e busca novos mercados
Painel debate reconhecimento internacional do suco de uva na Expointer
Foto: Pixabay
A qualificação do suco de uva foi tema de painel nesta tarde (4/09), no auditório da Seapi, no Pavillhão Internacional da Expointer. Participaram do encontro representantes do Laboratório de Referência Enológica (Laren), da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Embrapa Uva e Vinho e o Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado do Rio Grande do Sul (Consevitis-RS).
A pesquisadora Fernanda Spinelli, do Laren/Seapi, destacou a conquista recente do Brasil junto à Organização Internacional da Uva e do Vinho (OIV). O padrão mínimo de sólidos solúveis para o suco de uva não se enquadrava no padrão internacional, que era de 16 Brix (medida da concentração de açúcares solúveis em uma substância). "O que nós conseguimos mostrar é que esse padrão não era inclusivo com a realidade brasileira, por conta da maturação de nossas uvas e em função das características de clima e solo do país", explicou Fernanda.
Segundo ela, na Europa os sucos são elaborados por espécies de uva Vitis vinifera e no Brasil é a Vitis ofusca, com 14 Bix. "Então, através de embasamentos técnico-científicos e bastante diplomacia conseguimos baixar o padrão para o Codex Alimentarius", complementou a pesquisadora. Lembrando que 50% do material da vitinicultura gaúcha é voltado para a produção de suco.
O Codex Alimentarius é um conjunto de normas globais, criado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para garantir a segurança e a qualidade dos alimentos e facilitar o comércio internacional.
Outro palestrante foi Henrique Pessoa dos Santos, chefe adjunto da pesquisa de desenvolvimento da Embrapa Uva e Vinho, que focou na produção de cultivares. "Nós já temos cultivares que são históricas aqui na região, principalmente, na região sul do Brasil, como a Isabel, a Niagara e a Bordô. A Embrapa faz pesquisas e tem desenvolvido programas de melhoramento desde 1987", disse Henrique.
O Consevitis está investindo muito forte em campanhas de marketing para promoção do suco gaúcho, com criação até de mascotes. "Valoriza o nosso suco de uva, que é um produto único e que tem tanta importância para a cadeia produtiva no Rio Grande do Sul. O foco desta campanha específica é o mercado nacional. A intenção é buscar outros estados, pois o consumo dentro do Rio Grande do Sul, ele é considerável, mas a gente visualiza que tem um potencial gigante para o suco, especialmente, na região sudeste do Brasil", declarou Cristina Carniel, diretora de marketing do Consevitis.
Também presente no evento, o diretor do Departamento de Defesa Vegetal (DDV) da Seapi, Ricardo Felicetti, destacou a excelência da proposta de ampliar mercados. "Demonstra o profissionalismo que o setor atingiu. Que temos potencial para conquistar mercados, novos públicos. Um trabalho muito diversificado e completo, tanto da cadeia produtiva como dos nossos pesquisadores e também do setor empresarial, que trabalha nesse sentido no setor da uva e do vinho", afirmou.
