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Mercado de café segue pressionado

Os Estados Unidos permaneceram como principal destino



Os Estados Unidos permaneceram como principal destino Os Estados Unidos permaneceram como principal destino - Foto: Sheila Flores

O mercado de café brasileiro segue pressionado por fatores internos e externos, com destaque para as exportações em ritmo lento. Segundo atualização mensal do Rabobank Brasil, elaborada pelo analista setorial Guilherme Morya, em julho o Brasil embarcou 2,7 milhões de sacas de 60 kg, volume 5% superior ao de junho, mas 28% menor em relação ao mesmo mês de 2024. No acumulado de 2025, as vendas externas somam 22,2 milhões de sacas, uma queda de 21% frente ao mesmo período do ano passado.

Os Estados Unidos permaneceram como principal destino, com 3,7 milhões de sacas adquiridas, ainda que esse volume represente retração de 18% frente a 2024. A partir de agosto, espera-se redução nas compras americanas, já que a tarifa de 50% sobre o café brasileiro deve levar a indústria local a consumir estoques por até 90 dias antes de retomar negociações. Essa medida amplia a incerteza sobre os fluxos de comércio e pode abrir espaço para rearranjos na oferta global.

Apesar das pressões externas, a relação de troca apresentou leve melhora em agosto, exigindo 1,6 saca de café para a compra de uma tonelada de fertilizante (20-05-20), frente às 1,7 sacas registradas em julho. A valorização recente da commodity compensou o avanço dos insumos, principalmente da ureia. Entre 1º e 13 de agosto, os preços do café arábica subiram 4% e os do conilon 13%, impulsionados por estoques apertados, exportações aquém do esperado em algumas origens e episódios de geadas leves a moderadas no Cerrado Mineiro, que levantam dúvidas sobre a produtividade da próxima safra.

No cenário internacional, fatores geopolíticos e regulatórios também pesam sobre o mercado. As interrupções no Mar Vermelho, a tarifa americana e a Regulação de Desmatamento da União Europeia (EUDR) adicionam volatilidade. A antecipação de compras pela UE em 2024 já resulta em aumento gradual de estoques no bloco, e seu impacto futuro dependerá da adaptação dos importadores às novas regras.
 

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