Fretes sobem com menor oferta de grãos no Maranhão
Açailândia lidera embarques de soja no Maranhão

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou, por meio da edição de julho do Boletim Logístico, divulgada nesta quarta-feira (23), que o fim da colheita da soja em grão no Maranhão gerou impacto direto na oferta de serviços de transporte, especialmente rodoviário, pressionando os preços para patamares levemente superiores aos registrados em junho. A soja continua sendo a principal lavoura temporária do estado, o que influencia fortemente o cenário logístico.
Segundo o boletim, a redução na movimentação de fretes provocada pelo fim da colheita da soja tem sido parcialmente compensada pelo início da colheita do milho segunda safra, especialmente na região sul do estado. No entanto, a elevada demanda da indústria de bioenergia Inpasa pela produção local, principalmente nas regiões de Balsas e entorno, limita o aumento dos fretes. Como o deslocamento até a planta industrial é curto, os valores de frete se mantêm em níveis reduzidos.
A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) atualizou em junho suas projeções para as exportações brasileiras de soja, indicando um volume recorde de até 15,1 milhões de toneladas. Dados recentes da entidade confirmam esse cenário. Entre janeiro e junho de 2025, o Brasil exportou 68,18 milhões de toneladas de soja em grãos, um crescimento de 2,82% em relação ao mesmo período de 2024. No Maranhão, o Porto de Itaqui se destacou como o segundo maior exportador nacional de soja no período, com 461,2 mil toneladas, atrás apenas do Porto de Santos (SP), que movimentou 740,5 mil toneladas.
Em relação aos fretes, a Conab apontou que os preços médios em junho permaneceram próximos aos praticados em maio e no mesmo mês de 2024. Um dos destaques foi o município de Açailândia, que apresentou embarques expressivos de soja com destino ao Terminal Portuário de São Luís.
O boletim também registrou a realização do primeiro Seminário Maranhense de Logística de Grãos, promovido pela Superintendência Regional do Maranhão (Sureg/MA). O evento reuniu representantes do setor logístico e discutiu os desafios e perspectivas para o escoamento da produção agrícola no estado. A proposta é que o seminário se torne um fórum anual para o debate sobre infraestrutura e logística de grãos no Maranhão.
Apesar do desempenho da soja, a participação do Maranhão nas exportações brasileiras de milho no período analisado foi considerada inexpressiva. Por outro lado, a soja respondeu por 4,6% do total exportado pelo país.