Trigo no Sul segue travado à espera da nova safra
Em Santa Catarina, os primeiros lotes da safra nova começam a aparecer

O mercado de trigo no Brasil segue em compasso de espera, com diferentes cenários entre os estados do Sul. Segundo a TF Agroeconômica, no Rio Grande do Sul o ritmo permanece calmo, com negociações limitadas e compradores mantendo postura cautelosa diante da proximidade da safra nova, prevista para outubro. O trigo pão comum no disponível é cotado a R$ 1.330 FOB, mas a demanda segue fraca e de curto prazo. Os moinhos estão abastecidos até outubro e indicam preços em torno de R$ 1.250, contra pedidos de R$ 1.300 no interior. Já o trigo branqueador, na região de Lagoa Vermelha, é ofertado a R$ 1.650 FOB.
A estimativa é de que em setembro os estoques da safra velha se encerrem nas mãos dos armazenadores, ficando totalmente sob controle dos moinhos. Até agora, cerca de 90 mil toneladas já foram negociadas, sendo 60 mil destinadas à exportação e 30 mil aos moinhos, mas o mercado da nova safra ainda não deslanchou. Exportações para dezembro são ofertadas a R$ 1.250,00, com possibilidade de deságio de 20% para trigo de ração. No mercado interno, o preço de referência em Panambi manteve-se em R$ 70,00 a saca.
Em Santa Catarina, os primeiros lotes da safra nova começam a aparecer, mas a produção deverá ser 16,77% menor. As ofertas giram em torno de R$ 1.300 FOB, enquanto os moinhos oferecem até R$ 1.300 CIF. Os preços pagos aos produtores recuaram em várias regiões: Canoinhas caiu para R$ 75/saca, Joaçaba manteve-se em R$ 74,50 e Rio do Sul registrou queda de R$ 6, chegando a R$ 72.
No Paraná, a colheita já começou, com ofertas entre R$ 1.380 e R$ 1.400 FOB, mas o alto custo do frete limita a competitividade frente ao trigo importado. O paraguaio é ofertado a partir de US$ 240/t no Oeste do estado, enquanto o argentino chega a US$ 270/t em Antonina. Os preços pagos aos produtores caíram 3,17% na semana, para R$ 73,05, abaixo do custo de produção atualizado em R$ 74,63, o que coloca o triticultor em prejuízo no curto prazo.