Logística: fretes recuam, mas colheita do milho deve mudar cenário
Exportações e fertilizantes movimentam portos

A redução na demanda por transporte e a queda no preço do diesel provocaram recuos nos valores dos fretes em diversos estados brasileiros ao longo de junho. Apesar do alívio momentâneo nos custos logísticos, a previsão para os próximos meses é de alta, impulsionada pela intensificação da colheita da segunda safra de milho.
De acordo com os dados divulgados pela Conab, a movimentação de milho para exportação registrou queda em maio, com embarques totais de 6,1 milhões de toneladas — um volume inferior às 7,5 milhões de toneladas exportadas no mesmo mês de 2024. O porto de Santos liderou o escoamento do cereal, respondendo por 28,8% do total exportado. Já os portos do Arco Norte perderam espaço, caindo de 45,3% em 2024 para 25,7% neste ano. Também se destacaram os portos de São Francisco do Sul (16,4%), Paranaguá (12,9%) e Rio Grande (12,8%).
No caso da soja, o desempenho no comércio exterior continua positivo. Em maio, 38% das exportações partiram pelos portos do Arco Norte, superando os 36,4% do mesmo mês do ano anterior. O porto de Santos participou com 37,5% das exportações, seguido de Paranaguá (11,9%) e São Francisco do Sul (5,3%). As cargas tiveram como principais origens os estados de Mato Grosso, Goiás, Paraná e Minas Gerais.
O farelo de soja também apresentou aumento nas exportações no acumulado de janeiro a maio de 2025, atingindo 9,6 milhões de toneladas — leve avanço sobre os 9,3 milhões de toneladas registradas no mesmo intervalo de 2024. Os principais pontos de saída foram os portos de Santos (42,3%), Paranaguá (30,8%), Rio Grande (15,1%) e Salvador (7,9%).
Já no setor de fertilizantes, as importações em maio alcançaram o maior volume desde 2022, superando os números registrados nos meses anteriores deste ano. De janeiro a maio, o Brasil importou 15,27 milhões de toneladas do insumo, ante 13,6 milhões no mesmo período do ano passado. Os portos de Paranaguá (4,09 milhões de toneladas), Arco Norte (2,99 milhões) e Santos (2,1 milhões) foram os principais canais de entrada.
Em relação ao mercado de fretes, os preços caíram na Bahia, Distrito Federal, Goiás, São Paulo e Piauí, reflexo direto da menor demanda logística e do recuo no diesel. No Paraná, embora com oscilações regionais, a cidade de Ponta Grossa registrou queda nas cotações. Em Minas Gerais, houve estabilidade para os grãos, mas o transporte de café ficou mais caro em razão da entressafra.
Por outro lado, aumentos nos fretes foram observados em estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão e novamente Minas Gerais no caso do café. Esse movimento está ligado à intensificação da colheita da segunda safra de milho e à crescente demanda por transporte. A Conab aponta que o ritmo deve se acelerar nas próximas semanas, influenciando diretamente os preços no setor logístico.