CI

Conhecendo a sigatoka-negra

A sigatoka-negra é uma doença causada pelo fungo Mycosphaerella fijiensis



A sigatoka-negra é uma doença causada pelo fungo Mycosphaerella fijiensis, foi descrita pela primeira vez em 1963 nas Ilhas Fiji na cidade de Sigatoka. Em 1972 foi constatada em Honduras e, no Brasil, em 1998, no Estado do Amazonas, hoje se encontra disseminada nos Estados do AC, RO, MT, PA, AP, RR e recentemente no município de Pedro Gomes em Mato Grosso do Sul e em São Paulo no Vale da Ribeira. Nos Estados do PR e MG já foi detectada faltando a confirmação oficial.

As áreas atacadas pela sigatoka-negra causam danos severos, inviabilizando o cultivo da banana, sendo essa cultura de grande importância, já que é o 4ª alimento mais consumido em todo o mundo. Há uma grande preocupação para que nos próximos anos se encontre um meio de controle dessa doença.

Existem várias instituições de países produtores que se uniram para decifrar o DNA da banana, sendo a coordenação do projeto a cargo do francês Emile Frison, Diretor da Rede Internacional do Melhoramento da Banana. Em Honduras, a Fundação Hondurenha para a Pesquisa Agrícola (FHIA) vem desenvolvendo variedades resistentes, como a FHIA17 e 23. No Brasil, várias instituições trabalham no desenvolvimento de variedades resistentes à doença, dentre elas destacam-se a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), em Campinas, SP, e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), em Manaus, AM.

A sigatoka-negra apresenta inicialmente sintomas de estrias marrons na face inferior da folha, podendo ou não ter a presença de halo amarelo. A freqüência de lesões na área foliar é alta, a visualização das lesões jovens é mais bem observada na face inferior da folha, na face superior da folha a coloração é negra e na inferior é marrom. Os sintomas se dividem em seis estágios da doença, e no estágio mais avançado as lesões aumentam destruindo toda a área foliar, havendo perda da capacidade fotossintética da planta e conseqüente perda na sua capacidade reprodutiva e amadurecimento precoce dos frutos, comprometendo a qualidade.

O controle químico é inviável já que necessitaria de um número muito alto de pulverizações com fungicidas, o que acarreta uma elevação no custo de produção, além do comprometimento da resistência do patógeno, o meio ambiente, o aplicador e o consumidor por causa dos níveis de resíduo, principalmente porque a banana é consumida in natura. Dentre as medidas de controle recomendável destaca-se a medida de exclusão que consiste em proibir o trânsito de material vegetativo, frutos, mudas e embalagens, que possam introduzir o patógeno e também a utilização de variedades resistentes. As variedades recomendadas são: Caipira, Thap Maeo, Prata Zulu, Prata Ken (pacovan), Maravilha, FHIA 18, FHIA 01 e FHIA 02.

No Estado de Mato Grosso do Sul, os municípios que se destacam na produção de banana são os do Alto Taquari, com a área de aproximadamente 2.000 hectares: Pedro Gomes, Coxim, Rio Negro, Paranaíba, Camapuã, Rio Verde de Mato Grosso, São Gabriel do Oeste e Alcinópolis. Nesses municípios estão sendo feitas vistorias com coletas de amostras fiscais para detectar ou não a presença da doença. Até o momento, somente o município de Pedro Gomes está interditado. A banana para sair do município tem que estar com a Permissão de Trânsito de Vegetais (PTV) emitida pelo Iagro baseada no Atestado de Desinfestação emitido por um engenheiro-agrônomo, atestando que os frutos e a caixaria foram tratados com o fungicida recomendado. Os fungicidas recomendados, registrados no Ministério da Agricultura (Mapa), são à base de tiabendazol, encontrados no comércio como TEGRAM, TECTO 100, TECTO 600, TECTO SC. Esses produtos agrotóxicos deverão ser utilizados sob a recomendação técnica de um engenheiro-agrônomo. O Iagro estará realizando também barreiras sanitárias, fiscalização na Central de Abastecimento SA (CEASA) de Campo Grande e palestras educativas aos produtores.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.