Murcha causada por Ceratocystis fimbriata em crotalária

Murcha causada por Ceratocystis fimbriata em crotalária no Distrito Federal

A crotalária é uma das mais importantes leguminosas utilizadas na Índia para produção de fibras sendo empregada na indústria de papel. No Brasil, a cultura alcança cerca de 10 a 15 t/ha de matéria seca por ciclo sob condições de ausência de pragas e doenças. Diversos fungos fitopatogênicos podem ser encontrados associados a essa cultura e entre eles destaca-se "C. fimbriata". Esse gênero encontra-se disseminado pelas diversas regiões geográficas do Brasil.

O presente trabalho teve como objetivo identificar o agente causal da doença na região do Distrito Federal. Plantas de crotalária apresentando sintomas de murcha foram observadas e amostras de folhas, caules e raízes de plantas infectadas foram coletadas para identificação do agente causal da doença. As primeiras observações foram efetuadas ao microscópio estereoscópio. Cortes à mão-livre foram efetuados para preparação

de lâminas semi-permanentes observadas ao microscópio composto. Foram utilizadas as chaves de identificação para ascomicetos descritas por Upadhyay e Hanlin e para fungos mitospóricos encontrada em KIFER MOROLET.

Foi registrada a presença de ascoma globoso, não ornamentado na base, peritecióide, de coloração marrom escuro, rostro longo e não imerso em estroma. Como detalhe do ascoma foi possível observar também a presença de fímbrias no ostíolo, o que é uma importante característica taxonômica da espécie "C. fimbriata". A presença de ascos maduros não foi registrada, o que também é característica de "Ceratocystis", tendo sido observada apenas a presença de ascósporos hialinos, ovóides e unicelulares. A presença de conídios de "Chalara sp". permite sugerir a identificação da espécie "C. fimbriata". Outra característica importante do gênero "Chalara" é a presença de conidiogênese enteroblástica fialídica. Os testes de plaqueamento de suco de raiz em meio BDA não revelaram a presença de microrganismos fitopatogênicos que pudessem ser a eles atribuída a causa da doença.

Com base nestas observações realizadas pode-se afirmar de que se trata de um isolado de "C. fimbriata".