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Rocha silicática na adubação da bananeira: atributos químicos do solo no primeiro cultivo

Rocha silicática na adubação da bananeira: atributos químicos do solo no primeiro cultivo



Estudos sobre o uso de rochas silicáticas como fontes de nutrientes para a agricultura brasileira evidenciam-se como alternativa para a substituição de fontes industrializadas. Resultados preliminares de pesquisas indicaram que rochas contendo quantidades razoáveis de flogopita ou biotita podem ser avaliadas como fontes alternativas de potássio (K) para uso na agricultura.


A flogopita – K(Mg, Fe 2)3Si3AlO10(OH,F)2 – contém K (11,23% de K2O) e magnésio (28,84% de MgO). Alguns desses tipos de rochas são os kamafugitos, flogopititos, biotititos, kimberlitos, biotita xistos e outras. Os flogopititos são muito freqüentes em rejeitos de minas de esmeraldas. Os pós de rochas não são prontamente solúveis em água, não sendo portanto lixiviados. Como apresentam baixa solubilidade, têm efeito residual, economizando mão-de-obra, pois não há necessidade de adubar com freqüência; não acidificam e salinizam o solo; evitam o consumo de luxo, como no caso do potássio solúvel, que prejudica a absorção de cálcio e magnésio; evitam a fixação do fósforo solúvel pela presença da sílica.

A aplicação de rochas silicáticas, denominada de rochagem, restitui ao solo uma fração de minerais intemperizáveis, que atua como uma reserva de nutrientes minerais; e o pleno aproveitamento desses minerais somente será possível com alta atividade microbiana.

O flogopitito contém 42,99% de SiO2 e acredita-se poder fornecer nutrientes para a bananeira, uma planta que exige grande quantidade deles, podendo ser uma alternativa para a substituição de fontes convencionais de suprimento de K para essa cultura, tanto para os sistemas tradicionais de cultivo quanto para os de produção integrada e orgânica.


O efeito do pó de rocha flogopitito, originário de rejeitos de minas do Estado da Bahia, foi avaliado nos atributos químicos do solo, na ausência e presença de calcário dolomítico, após incubação e plantio da bananeira, em casa de vegetação.

Após a incubação de 60 dias e o cultivo da bananeira (126 dias) não se observou tendência de disponibilização de K e Mg e de outros nutrientes (macro e micronutrientes), exceto P para o solo, em relação à testemunha, com e sem aplicação de calcário dolomítico (Figuras 1 a 6). O calcário foi eficiente no aumento do pH, teores de Ca e Mg, soma de bases e saturação por bases.

Figura 1 - Teor de potássio (K) do solo com doses crescentes de K2O sob a forma de flogopitito, na presença (PC) e ausência de calcário (AC), em casa de vegetação, após a incubação, 2006.

Figura 2 - Teor de magnésio (Mg) do solo com doses crescentes de K2O sob a forma de flogopitito, na presença (PC) e ausência de calcário (AC), em casa de vegetação, após a incubação, 2006.

Figura 3 - Saturação por bases (V%) do solo com doses crescentes de K2O sob a forma de flogopitito, na presença (PC) e ausência de calcário (AC), em casa de vegetação, após a incubação, 2006.

Figura 4 - Teor de potássio (K) do solo com doses crescentes de K2O sob a forma de flogopitito e KCl, na ausência (AC) - A - e presença de calcário (PC) - B -, após o primeiro cultivo da bananeira, em casa de vegetação, 2006.

Figura 5 - Teor de magnésio (Mg) do solo com doses crescentes de K2O sob a forma de flogopitito e KCl, na ausência (AC) - A - e presença de calcário (PC) - B -, após o primeiro cultivo da bananeira em casa de vegetação, 2006.

Figura 6 - Teor de fósforo (P) do solo com doses crescentes de K2O sob a forma de flogopitito e KCl, na ausência (AC) - A - e presença de calcário (PC) - B -, após o primeiro cultivo da bananeira, em casa de vegetação. 2006.

Literatura Consultada

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MARTINS, E. de S. 2001. Estudos de cinética química de dissolução de minerais de rochas de complexos carbonatíticos. In: ANDRADE et al. Avaliação de fontes alternativas para correção de acidez e adubação do solo sob cerrado. Planaltina: Embrapa Cerrados, Programa 01,. Subprojeto 01.1999.338-01. (Relatório Técnico 2000).

OSTERROHT, M. 2003. Rochagem. Agroecologia Hoje, 4: 12-14.

RIBEIRO, L.S.; SANTOS, A.R.; SOUZA, L.F.S.; MAGALHÃES, A.F.J. & SOUSA, J.S. Alterações químicas em um Latossolo Amarelo causadas por rochas silicáticas. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA, 16., 2006. Aracaju, Anais... Aracaju: SBCS/UFS, 2006. (CD-Rom). 4p.
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