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Estudo mostra avanço de percevejo e mosca branca

População de percevejos chegou a ficar três vezes maior se comparada a safra passada


Um estudo da Fundação MS aponta dados alarmantes de pragas na soja. A população de percevejos chegou a ficar três vezes maior se comparada a safra passada. O pesquisador de fitossanidade, José Fernando Grigolli, esclarece que o percevejo marrom é um velho conhecido dos sojicultores mas ainda é considerado uma grande ameaça. Novos ingredientes ativos estão chegando ao mercado e o controle biológico ajudam no combate. Ele comenta que no período reprodutivo, geralmente do florescimento pleno em diante, quando a praga inicia os danos econômicos nas plantas de soja, sua população encontra-se distribuída pelas lavouras. Neste momento, o controle deve ser realizado para evitar perdas de quantidade e qualidade dos grãos produzidos.

Já em relação à mosca branca, o especialista reitera quanto ao aumento de sua população. "Essa praga é rápida e agressiva. Seu controle é feito por estádios de desenvolvimento e os produtos para aplicação são caros", alerta. Apesar da grande infestação, a praga foi encontrada em pontos isolados, como Chapadão do Sul ou em regiões que plantam algodão. "Na soja, no centro-sul do Estado, esta é uma praga secundária", afirma.

Por conta do aumento da incidência dessa praga, produtores tiveram que fazer aplicação de produtos químicos para efetivar o controle. Com isso, dois problemas foram identificados. "O primeiro é que essa praga é de difícil controle, não basta aplicar inseticida, é necessário escolher o produto certo e aplicar no momento ideal. O segundo é a distribuição desses produtos. Houve falta de materiais específicos, o que tornou seu controle ainda mais complicado", argumenta Grigolli.

O pesquisador ressalta que cenário da safra 2018/2019 foi complexo por conta dos períodos de estiagem o que favoreceu a mosca branca, que não gosta de chuva. Outras doenças como a ferrugem na soja também foram identificadas em regiões pontuais.

Para realizar o controle Grigolli aponta algumas alternativas: saber o objetivo da aplicação para fazer o ajuste da máquina com o alvo que está na planta, entender as necessidades de cada local de acordo com a região, fazer o monitoramento da área para aplicar o inseticida já que muitas pragas estão mais resistentes e buscar entender a situação e como escolher o melhor produto, dose e horário de aplicar.

Já para o controle de doenças, uma das formas de combatê-las é trabalhar com sistema de informação cruzada. Para isso, são utilizadas informações das cultivares. Se elas forem sensíveis a mancha-alvo ou antracnose, por exemplo, os pesquisadores traçam estratégias de manejo efetuando aplicações de produtos químicos, exceto em tempos muito secos. "No caso da ferrugem, se a chuva diminuir, podemos, em algumas situações, cancelar as aplicações, porque não existe condição de desenvolvimento da doença nessa hipótese", pontua o pesquisador.
 

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