RS divulga resultados de infestação por cigarrinha
Foram realizadas 214 coletas de material e analisadas 109 amostras de folhas
Nesta safra as lavouras brasileiras sofreram com os ataques da cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis). O pequeno inseto e as fitobactérias transmitidas por ele causam o enfezamento vermelho e o enfezamento pálido nas plantas de milho, além da virose da risca do milho. O problema está ocorrendo com maior severidade este ano nos principais estados produtores de milho do Brasil.
O Ministério da Agricultura realiza um programa nacional de monitoramento. Um dos estados participantes é o Rio Grande do Sul. Fiscais estaduais e extensionistas rurais coletaram amostras das lavouras em abril. Recentemente, foram recebidos os primeiros resultados das análises. As amostras são provenientes de 97 municípios.
Foram realizadas 214 coletas de material e analisadas 109 amostras de folhas, para verificar o quadro de infestação e de transmissão dos enfezamentos pelo inseto, já que é a cigarrinha-do-milho que transmite as bactérias e o vírus que causam o enfezamento.
Destas, 44% foram positivas para o enfezamento pálido e 4% para o enfezamento vermelho. “Também foram analisadas 15 amostras de insetos, sendo que 40% foram positivas para o enfezamento pálido e 20% para o enfezamento vermelho, ou seja, eram portadoras das bactérias responsáveis pelo complexo do enfezamento”, explica o engenheiro agrônomo e chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da SEAPDR, Ricardo Felicetti,
O Estado aguarda ainda o resultado de mais de 100 amostras, tanto de folhas quanto de insetos. As análises estão sendo feitas pelo laboratório do Mapa no estado de Goiás.
Conforme o engenheiro agrônomo, os resultados evidenciam que a praga está presente em todo o território gaúcho.
“Por isso, é importante que o produtor esteja atento às práticas de manejo que podem minimizar as perdas, entre elas a eliminação de plantas espontâneas de milho (guaxas), que são responsáveis por manter as bactérias no período entre as safras; evitar perdas na colheita, minimizando assim a possibilidade de haver plantas fora do período de cultivo; evitar ‘pontes verdes’ de lavouras de milho, próximas e com diferentes estádios de desenvolvimento; e realizar o controle da cigarrinha e tratamento de sementes conforme orientação técnica”.