Rio, 28 - As estimativas do mês de maio do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola indicam que a produção total de cereais, leguminosas e oleaginosas deverá atingir, este ano, 97 milhões e 265 mil toneladas, crescendo 16,83% em relação à safra recorde do ano passado, quando foram produzidas 83 milhões e 250 mil toneladas.
Divulgado pelo IBGE, o Levantamento Sistemático da Produção indica que a região Sul do país responderá por 48,498 milhões de toneladas (49,86% do total), a Centro-Oeste, 28,126 milhões (28,92%), a Sudeste, 11,653 milhões (11,96%), a Nordeste, 6,817 milhões e a região Norte por um total de 2,171 milhões de toneladas (2,23%).
Embora o quadro atual da safra de verão na temporada 2001, na medida em que avançam as colheitas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, "mostre-se favorável e está retratando o bom desempenho da produção nacional", as estimativas de maio indicam que a safra Nordestina deste ano atingirá apenas 6,8 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas - um resultado que chega a ser 12% menor do que a obtida no ano passado.
Ela equivale a apenas 7% da produção esperada de 97,2 milhões de toneladas para a totalidade do país. No ano passado, essa participação chegou a 9,31%. Esses números, no entanto, ainda poderão sofrer alterações quando forem contabilizadas as perdas com a seca.
Segundo o IBGE, nos estados nordestinos onde as perdas já foram contabilizadas, a produção de grãos apresenta as seguintes reduções: Piauí;18,14%, Ceará; 38,28%, Rio Grande do Norte;65,01% e Paraíba;7,43%.
Embora a safra de verão já esteja praticamente consolidada nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e as estimativas apontem para a produção recorde agora em 2001, o IBGE alerta que os números definitivos da produção de grãos do país dependerão da quantificação dos prejuízos causados pela seca na região Nordeste e da performance do milho safrinha e das culturas de inverno, em especial do trigo.
Nas estimativas de maio para a produção total nacional, em relação a abril, o IBGE destacou alta na produção de feijão em grão 3a safra (3,99%), milho em grão 1a safra (1,03%), soja em grão (1,45%) e trigo em grão (1,80%).
Quanto ao milho em grão 2a safra, as perspectivas são favoráveis e estão mantidas, até o momento. Aguarda-se um volume em torno de 5,9 milhões de toneladas, que chega a ser 53,09% superior ao obtido no ano passado. No Paraná, maior produtor do milho "safrinha", com participação de 50% no total nacional, a produção esperada é de 3 milhões de toneladas, ou seja 161,36% superior a 2a safra do ano passado, quando a cultura no estado foi seriamente afetada pelas geadas.