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Produção apresenta plano de ordenamento para safra 2002 de café


(1º/03/2002 - Coffee Break) -A GCA Representantes do Conselho Nacional do Café e da comissão nacional de café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil reuniram-se na tarde de 27 de fevereiro, em Brasília, com o ministro da Agricultura Pratini de Moraes e com o secretário de produção e comercialização Pedro de Camargo Neto. Os membros da produção levaram ao ministro a proposta fechada pelo setor visando um programa de ordenamento de oferta de café, com financiamentos da ordem de 1,25 bilhão de reais. De acordo com o presidente do CNC, Osvaldo Henrique Paiva Ribeiro, o ministro sinalizou favoravelmente ao plano, destacando que irá apoiar o setor. “Ele se mostrou sensível ao momento atravessado pelo café e disse que irá apoiar até o fim para que possamos conseguir aprovar esse programa”, disse. Paiva Ribeiro lembrou que o Conselho Monetário Nacional estará se reunindo hoje e poderá aprovar parte dos recursos visando a colheita e a pré-comercialização. “O ministro Pratini disse que estará fazendo o máximo possível para conseguir os recursos que faltam imediatamente. Ele declarou que acredita que poderemos ter cumprido integralmente o programa de ordenamento”, destacou. Ao longo da reunião, os representantes da produção entregaram a Pratini de Moraes duas cartas. Uma explicando os motivos de um programa de ordenamento e sua operacionalização e outra acerca das pendências das dívidas contratadas após 23 de junho, que não foram incluídas na prorrogação, e também sobre as garantias dos financiamentos.

Starbucks — A Starbucks, gigante rede norte-americana de cafeterias, anunciou que firmou um acordo para a consolidação de uma empresa conjunta no México. A Starbucks Coffee International entrará no mercado mexicano, com uma associação com a México S.A., que é uma filial da Alsea, rede de restaurantes e comidas rápidas. A primeira Starbucks em solo mexicano deverá ser aberta na cidade do México, no final do ano. Além disso, a empresa anunciou que planeja investir também no mercado latino-americano como um todo, devendo abrir unidades na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Peru, Porto Rico e Venezuela. Até 2005, a Starbucks deverá abrir 900 cafeterias na América Latina. A companhia informou ainda que espera que os ingressos neste ano aumentem em cerca de 20%, sendo que 1.200 novas cafeterias deverão ser abertas no período.

Curso — A Universidade de São Paulo abrigará, entre os dias 6 a 8 de março, o curso "Rompendo Paradigmas no Agronegócio do Café", série de palestras que tratará das novas dificuldades e soluções para a venda e produção de café. Para falar do assunto foi convidado o presidente da Illycaffè, Ernesto Illy, além do professor Décio Zylbersztajn, coordenador do Pensa (Programa de Estudos dos Negócios do Sistema Agroindustrial), e de Nelson Carvalhaes, da exportadora/importadora Porto de Santos. Dentre os vários tópicos a serem abordados pelos palestrantes, está a visão geral sobre os novos cenários para o mercado de café no mundo, as instituições e organizações no agronegócio do café e os novos paradigmas sobre o consumidor de café. A promoção do curso é da Universidade Illy, criada pela torrefadora italiana Illycaffé. De acordo com a empresa, o principal intuito de se criar a Universidade foi o de formar e aperfeiçoar produtores e técnicos ligados a toda cadeia produtiva do café. Além da torrefadora, faz parte da instituição a FIA (Fundação Instituto de Administração), entidade ligada à Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP. O curso será ministrado na Sala da Congregação, que fica na Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo, localizada à Avenida Prof. Luciano Gualberto, 908 – Cidade Universitária, São Paulo. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 3731.5311, fax (11) 3731.2439 ou pelo e-mail: [email protected]

Alternativas — A Colômbia busca várias formas de contornar a crise cafeeira. Uma das novas idéias surgidas no país é o "café com leite". A Fundação Panaca, entidade que opera na região de Quimbaya, no departamento de Quindío, realizou um projeto cuja essência consiste converter 600 cafeicultores, com propriedades de menos de 10 hectares, em produtores de leite de alta qualidade. A idéia não é que esses produtores deixem sua cultura original de lado, mas sim que produzam o leite e o café concomitantemente. Desse modo, os produtores teriam recursos adicionais para atravessar o atual período de crise. Até o momento, 551 proprietários já foram selecionados para o programa. Em cada propriedade será deixada uma área de dois hectares, na qual será implementado um pasto, de acordo com o elaborado pelos técnicos da fundação. A idéia geral é que se tenha uma média de 15 vacas, com uma produção diária de cerca de 180 litros de alta qualidade.

Quebra — A produção cafeeira do Vietnã deverá registrar uma queda de 30% na safra 2002/03. Caso esses números se confirmem, o segundo maior produtor mundial colheria 550 mil sacas, ou seja, pouco mais de 9 milhões de sacas. Já na safra 2001/02, a produção do país teve baixa de 30%. A produção do atual ano safra está praticamente encerrada e deverá fechar com 700 mil toneladas (11,6 milhões de sacas), contra 750 mil toneladas previstas anteriormente. De acordo com a Associação de Café e Cacau do Vietnã essa redução é resultante do abando de lavouras, devido aos baixos preços do produto.

Mercado travado — O dólar voltou a registrar baixas, influenciado pela melhor avaliação da economia brasileira. Esse fato contribuiu, ainda mais, para que o clima travado se mantivesse no mercado interno. De acordo com alguns operadores, a diferença entre o pretendido pelo produtor e o oferecido pelo comprador estaria variando entre R$ 8 e R$ 10. Com uma diferença tão discrepante, os negócios ficam totalmente inviabilizados. No entanto, a maior parte dos produtores que se encontra no mercado não parece querer vender atabalhoadamente. Capitalizados, esses cafeicultores estão aguardando os momentos propícios para ofertar, como foi o caso da semana passada, quando um rally possibilitou uma alta de 8,15% nos preços praticados em Nova Iorque. Aquelas altas, no entanto, não refletiram tão fortemente nas praças de corretagem, que também viram os compradores sumirem, uma vez que ficaram no aguardo de quedas na bolsa norte-americana. Tais baixas realmente ocorreram e os preços de fechamento de ontem da CSCE já eram menores que os praticados antes do rally de Nova Iorque. Esse cenário travado poderia representar uma preocupação para os compradores, no entanto, segundo fontes do mercado, eles ainda têm um trunfo nas mangas. Trata-se do chamado acordo de gaveta, feito com os importadores. Como os negociadores dos países consumidores estão com uma quantidade razoável de café em estoque, é possível fazer com que os embarques programados para este mês — ou para março — sejam prorrogados para 30 ou 60 dias. As fontes ressaltaram que esse acordo de adiamento teria como “prêmio” cerca de 1 dólar por saca, por parte do exportador. Tal procedimento seria viabilizado devido ao fato dos compradores estarem certos de que um volume maior de café começará a ser escoado no período pré-colheita. “Todos podem esperar e com uma safra grande entrando haverá oferta lá na frente”, disse um operador de mercado.

Em destaque

* As empresas de torrefação dos Estados Unidos processaram neste ano, até o último dia 16 de fevereiro, 2,78 milhões de sacas. Esse volume é 2,39% maior que o verificado no mesmo período do ano passado, quando 2,715 milhões de sacas haviam sido processadas. Na semana encerrada em 16 de fevereiro, as companhias do país processaram 370 mil sacas.

* A rede de cafés Caffe Nero assinou um acordo preliminar para adquirir 26 lojas de café Aroma, que atualmente é controlada pelo grupo McDonald's. A Caffe Nero vem apresentando uma expansão, sendo que nos últimos seis meses as cafeterias da rede aumentaram 68%.

Fonte: Coffee Break (www.coffeebreak.com.br)

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