Os principais exportadores brasileiros de carne suína, os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina podem retomar as vendas externas do produto para a Rússia a partir do final desta semana, anunciou ontem (09-06) o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Maçao Tadano. O governo russo aceitou a proposta brasileira para certificar os embarques da carne suína por município – e não por estado, como era até então – para declarar áreas livres da doença de Aujeszky, uma enfermidade que ataca o sistema nervoso central dos suínos, mas não representa perigo ao homem.
Apenas Pinheirinho do Vale, localizado no norte gaúcho, e outros nove municípios catarinenses continuarão impedidos de exportar carne suína para a Rússia porque nessas localidades foram registrados focos de Aujeszki há menos de um ano. “Esses municípios estão em quarentena por 12 meses a partir da data de surgimento da doença. Passado esse prazo, eles também poderão retomar as exportações”, explicou Tadano. Em Santa Catarina, os casos da doença foram detectados em dezembro de 2002, e no Rio Grande do Sul, em maio deste ano.
Responsável pela compra de 70% das exportações brasileiras de carne suína (151,8 mil toneladas em 2001, 377 mil em 2002 e 115,8 mil toneladas de janeiro a maio deste ano), a Rússia exige a certificação da inexistência da doença em todo os produtos embarcados. Em comunicado enviado à Embaixada do Brasil em Moscou, o chefe interino do Departamento de Veterinária da Rússia, Evgueni Nepoklonov, solicita a emissão de certificados para atestar a ausência de Aujeszki no município nos últimos 12 meses.
O diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, Rui Vargas, viajou ontem (09-06) para a Rússia com o objetivo de concluir a negociação com o governo local. Ele entregará ao colega russo, em mãos, um documento informando que o Brasil aceita essas exigências para restabelecer o comércio de carne suína e bovina. Vargas também acertará uma data para uma inspeção conjunta dos estabelecimentos brasileiros habilitados a vender ao mercado russo.