A Netuno Pescados e a Norte Pesca, de Pernambuco, estão apostando alto no pescado maranhense. As empresas se uniram para criar a Atuneira Nacional, indústria de beneficiamento de pescado que entrará em operação dentro de 40 dias. O objetivo é formar no Maranhão um pólo atuneiro. A sociedade, criada há nove meses, prevê investimento de R$ 2,5 milhões.
A empresa está concluindo a construção da indústria de beneficiamento, localizada na Vila Maranhão, no distrito industrial de São Luís. A Atuneira Nacional vai trabalhar com pesca e beneficiamento de atum e afins, além de beneficiar camarão criado em cativeiro, informou o diretor industrial da Atuneira, Gustavo Oliveira.
As condições geográficas e técnicas propícias à atividade foram as razões que motivaram a sociedade, explica Oliveira. A Norte Pesca é especializada em pesca oceânica e a Netuno é voltada para a pesca costeira e de produção em cativeiro. Só em 2002, Netuno e Norte Pesca, exportaram cerca de US$ 35 milhões e US$ 12 milhões, respectivamente.
A indústria de beneficiamento da Atuneira Nacional possui 4,8 mil metros quadrados de área construída, localizada no Terminal Pesqueiro de Porto Grande. Conta com capacidade para congelar 25 toneladas por dia de pescado e condições de processamento de até 40 toneladas por dia.
A Atuneira Nacional vai entrar em operação com uma frota inicial de 15 embarcações de médio e grande porte, trazida do Rio Grande do Norte para o Maranhão. Oliveira explica que é intenção da empresa trabalhar também com embarcações regionais. "Até o fim deste ano, 40 embarcações deverão entrar em atividade e, em 2004, mais 150 de pequenas e médias embarcações".
O diretor da Atuneira afirma que 80% da produção será destinada ao mercado externo (Europa e América do Norte) e o restante vai abastecer ao mercado interno. Serão utilizados os portos de Pecem, no Ceará, ou Suape, em Pernambuco, no caso dos produtos congelados. A Atuneira Nacional também vai exportar peixe fresco, que será transportado de avião.
O projeto da Atuneira vai ser implantado em etapas. Serão criados, nesta primeira fase, 200 empregos diretos e 500 indiretos, apenas na indústria de beneficiamento. Na etapa final, prevista para 2004, a previsão é que sejam criados mais 600 empregos diretos e dois mil indiretos num prazo de dois anos, quando a empresa pretende dobrar a capacidade de produção. Depois de implantado todo o projeto, a expectativa é que a empresa trabalhe com 600 pescadores no Estado.
A Netuno já atua no Maranhão desde 1999. Na época, associou-se a empresa maranhense dona de frigorífico, a Litoral Pescados. A sociedade foi desfeita há um ano. A Netuno deixou de processar e o pescado passou então a levar todo o pescado para Recife.