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Adiado o acordo para a reforma agrícola da UE


Os ministros da Agricultura da União Européia (UE) se empenharam em alcançar um acordo sobre a reforma do dispendioso programa de apoio à agricultura. O acordo inicial foi engavetado na noite de quarta-feira, depois de rejeitado, acima de tudo, pela França, que é a maior beneficiária da política agrícola comum de € 43 bilhões (US$ 50,57 bilhões).

Os ministros europeus disseram que a proposta era similar a outra apresentada um ano antes pela comissão, que pedia o fim do pagamento aos produtores baseado no volume de produção. Os críticos advertem que os subsídios acarretam excedentes de produção não desejados, que prejudicam os produtores agrícolas de países pobres quando são vendidos a preço baixo nos mercados mundiais.

O ministro da Agricultura da Grécia, Georgios Drys, que preside a reunião, e o comissário da Agricultura da UE, Franz Fischler, mantiveram ontem conversações individuais com seus colegas de outros países da UE. Em uma coletiva realizada ao meio-dia, Fischler disse que as conversações tem sido construtivas, mas pediu mais flexibilidade.

Os diplomatas disseram que as posições estão tão estabelecidas que uma decisão pode ser adiada para a próxima semana, embora isso deixe pouco tempo para se alcançar um acordo antes da reunião de cúpula de 20 e 21 de junho na Grécia. A França e a Alemanha - os maiores contribuintes do programa agrícola - concordaram entre si, antes da reunião, sobre reduzir parcialmente os subsídios e a produção, mas deixaram os detalhes em aberto. Altos funcionários franceses, com o apoio de representantes da Alemanha, insistiram que dois setores cruciais - de cereais e leite - não fossem tocados, disseram funcionários graduados da UE. Outro ponto de conflito foi a data em que as reformas entrarão em vigor.

Fischler busca mudar o "status quo", especialmente nesses setores, em parte para melhorar a posição da UE nas conversações comerciais globais, para as quais a agricultura tornou-se o maior entrave. Os países em desenvolvimento estão ameaçando retirar-se das conversações a menos que os países ricos eliminem os subsídios que distorcem o comércio.

A reforma também emergiu quando o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, visitou ontem seu colega francês, Jean-Pierre Raffarin, em Paris. O Reino Unido tem sido um dos mais vigorosos defensores da reforma. Blair admitiu a divergência entre suas posições, mas expressou otimismo. "É mais uma vez muito importante tentar alcançar uma posição européia comum", disse Blair. O Reino Unido faz pressão para avançar a reforma da política agrícola da UE e informa que recebe menos subsídios agrícolas da UE do que outros países, como a França, e que a política agrícola eleva os preços para os consumidores britânicos.

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