A possibilidade do Ministério da Agricultura liberar a entrada de carne bovina com osso de outros estados para Santa Catarina gerou uma reação contrária das lideranças catarinenses. O presidente da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo, manifestou ontem (30-06) sua preocupação com a possível decisão do ministério. Pedrozo afirmou que a entrada de carne com osso representa um risco para o atual status sanitário catarinense, de Zona Livre de Aftosa Sem Vacinação.
Ele lembrou que Santa Catarina é o único Estado brasileiro com esta condição, o que propiciou a vinda de uma missão européia no ano passado. O presidente da Faesc, que também é presidente da Coopercentral Aurora, disse que a manutenção do atual status sanitário é imprescindível para a busca de novos mercados, como a Europa Ocidental e o Japão. "O ministério terá que arcar com a responsabilidade desta decisão", disse Pedrozo. Ele teme que uma abertura signifique jogar por terra todo o trabalho realizado na última década, para erradicar a aftosa de Santa Catarina.
Há mais de sete anos a doença não é registrada no Estado. Caso o ministério libere a entrada de carne com osso, Santa Catarina poderia receber o produto de 14 estados que vacinam seus rebanhos. A única concessão aceita pela Faesc seria a entrada de carne somente entre frigoríficos de inspeção federal, com a desossa antes de ir para os mercados e incineração dos ossos.