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Irga pretende elevar produtividade do arroz em uma tonelada por hectare no período de quatro anos


O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) pretende elevar a produtividade média do produto em uma tonelada por hectare nos próximos quatro anos no Estado. Esta meta aumentaria o rendimento atual de 5,3 mil quilos por hectare para 6,5 mil Kg/ha. Com esse crescimento, o instituto espera que a receita dos produtores da região da metade Sul do Estado, onde se concentra grande parte da produção, possa atingir US$ 200 milhões. O faturamento da indústria, por sua vez, deverá atingir um adicional de US$ 330 milhões e renderia ICMS na ordem de US$ 33 milhões ao Rio Grande do Sul. Para isso, o Irga firmou convênio com o Fundo Comum de Commodities, órgão da FAO, com investimento de US$ 500 mil para treinar seu quadro técnico e implementar técnicas modernas de extensão rural.

Todos esses objetivos fazem parte do “Programa Arroz RS” lançado nesta segunda-feira (14-07) pelo presidente do Irga, Pery Coelho, no Campo Experimental do instituto em Cachoeirinha, região metropolitana de Porto Alegre. O programa está dividido em três categorias: pesquisa e extensão, comunicação e sócio-econômico, sendo que todos possuem projetos específicos para cada área de atuação.

Segundo Coelho, o rendimento da lavoura arrozeira não vem crescendo como esperado há 18 anos em razão do endividamento do setor com os sucessivos planos econômicos durante este período. O presidente enfatizou que nas últimas três safras o preço médio alcançado foi de US$ 6,50, abaixo dos atuais US$ 10. A queda na cotação, conforme ele, determinou que os produtores tivessem prejuízo de uma safra inteira em geração de renda durante essas três temporadas. Outro ponto que ganhou destaque no lançamento do programa foi a retomada da autarquia com as pesquisas do produto.

Pesquisa e extensão rural

O projeto Clearfield, lançado no mês de março em convênio com a empresa Basf, visa melhorar geneticamente a cultivar Irga 422 CL ( arroz dourado), resistente ao herbicida Only, com o objetivo de combater o arroz vermelho que causa prejuízo às lavouras. “Já para essa safra a previsão é plantar 80 hectares com essa cultivar em cada um dos 50 principais municípios que produz arroz no Estado. Para a safra 2004/05, a meta é atingir 60 mil ha, e até o final do programa um total de 250 mil ha”, ressaltou Coelho. Outro ponto que o IRGA vai incentivar é a implantação dos trabalhos de pesquisa para a geração de novas cultivares de arroz híbrido em parceria com empresas privadas nacionais e técnicos chineses, que irão residir na estação.

O presidente também afirmou que os experimentos com arroz transgênico serão retomados para que se possa obter novas cultivares. Ainda não há previsão de quando poderão ser plantadas, mas justificou que a China e o Japão já possuem variedades modificadas geneticamente com o intuito de eliminar a carência de vitaminas. “Iremos retomar as pesquisas com arroz transgênico com o objetivo de atingir tanto a área medicinal quanto a área de doenças. Já estamos iniciando a formação de um grupo de pesquisadores nessa linha”, ressaltou Coelho.

Ainda na área de pesquisa, o projeto de Capacitação e Treinamento visa capacitar técnicos, produtores e trabalhadores nas lavouras orizícolas em parceria com o Senar-RS. Este ano estarão sendo ministrados cursos específicos do manejo integrado no cultivo do produto. Em relação ao projeto de Sistematização do Solo, este buscará as melhores condições de cultivo em solos sistematizados, visando estimular a sistematização de 25 mil hectares por ano nos próximos quatro anos. O instituto está trabalhando junto ao Ministério da Agricultura a diminuir o prazo de carência para três anos.

Comunicação e sócio-econômico

Na área da comunicação, Coelho explicou que uma das intenções é realizar um trabalho de marketing para mostrar a qualidade e os benefícios do arroz irrigado gaúcho ao país. O Irga também pretende reformular sua página na Internet. Quanto à área sócio-econômica, a intenção é buscar visibilidade da oferta para estabelecer de forma ordenada o quadro de oferta e demanda aos preços da saca de arroz. Com isso, será criado o projeto denominado Bolsa do Arroz que está em fase de pré-contrato com a Bolsa Brasileira de Mercadorias. A previsão de lançamento está marcada para agosto.

O governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, participou do lançamento do programa e ressaltou que o entregará nesta terça-feira (15-07) ao governo federal, durante a reunião onde debaterá sobre a reforma da previdência, em Brasília. O governador pretende mostrar os objetivos do setor orizícola em se tornar auto-suficiente na produção de arroz. Rigotto também destacou que a Tarifa Externa Comum (TEC) não pode ser reduzida, como pretende o governo, porque enfraqueceria significativamente o setor e permitiria a entrada do produto subsidiado principalmente dos Estados Unidos. Atualmente o Brasil importa aproximadamente um milhão de tonelada do produto por ano.

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