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Maior concorrência entre as cafeterias


O mercado das empresas especialzadas na venda de café cresce em média 30% por ano. As principais redes de cafeterias do País não têm dúvidas de que estão em um grande mercado e anunciam novas estratégias para o ampliação de suas redes. Segundo informações do Sindicato das Indústrias de Café do Estado de São Paulo, que reúne os produtores de café em grão torrado para expresso, este mercado cresce aproximadamente 30% ao ano.

"Foi este o crescimento apresentado nas vendas de café para este tipo de estabelecimento no último ano", afirma o presidente do sindicato paulista e diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Nathan Herszkowicz.

A estimativa do sindicato é de que existam só na Grande São Paulo, cerca de quatro mil estabelecimentos, entre quiosques e cafeterias, especializados neste produto. "Por isso a necessidade de se especializar e pensar em novas formas de enfrentar a concorrência."

É exatamente pensando na concorrência que as principais redes de cafeterias estão investindo em ambientes mais agradáveis, locais mais atraentes e em tecnologia.

Novo padrão

O Fran’s Café, uma das três maiores redes de cafeterias do País e a única 24 horas, possui 80 unidades e deve inaugurar 15 novas lojas até o final deste ano com um novo padrão de ambiente. "Todas as novas lojas já possuem outro ‘layout’ e fachadas e contam com um cybercafé", afirma o gerente de franquias e novos negócios do Fran’s Café, Sérgio Freire. Para disputar o mercado com a entrada de novas lojas, o Fran’s Café vai investir R$ 300 mil por loja.

"Diante da concorrência percebemos que temos de atacar o nosso diferencial, que é ser uma rede que funciona 24 horas e é uma espécie de ponto de encontro, ou seja, mais do que um espaço de alimentação. Por isso também estamos apostando na criação de um jardim de inverno separado do salão principal para a ampliação do nosso negócio", afirma o gerente.

A rede de cafeterias Grão Expresso pensa diferente. Com oito anos de atuação, vem crescendo em média de 20% ao ano e hoje possui 95 lojas. A aposta da rede é na localização do ponto e no rápido atendimento.

"Somos um exemplo de cafeteria que se expandiu dentro de lojas e estabelecimentos comerciais como grandes hipermercados, onde estão 60% dos nossos pontos", afirma Pedro Eduardo Weinberger, diretor de franquias. Com esta estratégia, a rede, que possuía 77 lojas em 2002, prevê que este ano o número passe das 100 lojas com a inauguração de 18 novos pontos, dos quais dez em supermercados.

Outro exemplo de rede de alimentação que aposta no café é a Casa do Pão de Queijo, líder do mercado, com quase 400 lojas, e que investe na combinação entre café e outros pratos. "Todas as redes oferecem opções de acompanhamento mas nós somos fabricante daquilo que oferecemos e é nisso que apostamos", afirma a gerente nacional de expansão da rede, Renata Rouchou.

Segundo Renata, a preocupação da rede é não só estar em um bom ponto mas também ser um local de encontro. "Por isso oferecemos várias opções e tamanhos de estandes de acordo com o ponto e a necessidade de cada franqueado. Também temos um projeto de licenciamento da marca quando instalamos a nossa vitrine com nossos produtos dentro de uma lanchonete já existente", afirma.

Assim como a rede Grão Expresso, fechar parcerias também é outro objetivo da Pão de Queijo. "Já fomos os primeiros a casar com posto de gasolina, livrarias e locadoras de vídeo. Agora o nosso último projeto está sendo realizado com laboratórios de análises clínicas", afirma Renata Rouchou.

A rede Pão de Queijo também prevê a inauguração de novas unidades associadas a rodoviárias e aeroportos. "O sucesso da loja que possuímos no Terminal Rodoviário de São Paulo foi tão grande que iremos inaugurar uma segunda loja", informa a gerente. No total, a rede deverá inaugurar outras 60 lojas até o final de 2003.

Segundo um estudo feito em 2002 pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), órgão da Secretaria de Agricultura do estado de São Paulo, a ampliação do número de cafeterias vem ampliando a preocupação dos empresários com a qualidade do negócio.

Boa demanda

"Em todos os estabelecimentos que consultamos havia algum tipo de investimento, seja na ampliação ou na reforma do estabelecimento, modernização dos equipamentos ou treinamento de pessoal, outro ponto bastante impor-tante", afirma o responsável pela pesquisa, Celso Vegro.

A prova disso é o aumento da procura dos profissionais nos últimos 12 meses por cursos preparatórios de baristas. "No último ano a demanda por cursos especializados cresceu 100%", afirma Eliana Relvas de Almeida, coordenadora do Centro de Preparação de Café, ligado ao Sindicato da Indústria. O número de alunos cresceu de 30 para 60 por mês.

"Sabemos que sem qualidade não há ponto ou estratégia que resista, por isso investimos nossos esforços em bons produtos", completa a gerente nacional de expansão da rede, Renata Rouchou.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Café do Estado de São Paulo, Nathan Herszkowicz, afirma que esse movimento das cafeterias se deve à criação de uma nova cultura do brasileiro com relação ao café. "Poderíamos dizer que estamos voltando às nossas origens e as pessoas passaram a dar mais valor a qualidade do nosso café. O café está enobrecendo", acredita Herszkowicz.

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