Os contratos futuros do cacau foram negociados em forte queda nos pregões de ontem das bolsas internacionais. Em Nova York, os embarques programados para setembro encerraram a US$ 1.588 por tonelada, caindo 3,6% no dia. Na bolsa de Londres, as entregas previstas para igual período, foram cotadas a 1.016 libras-esterlinas por tonelada, em queda de 2,4% sobre o fechamento anterior. "O mercado vive um momento instável, com poucas compras por parte das indústrias e algum estoque excedente da safra da África que ainda resta ser vendido", diz Thomas Hartmann, produtor e analista do mercado internacional de cacau.
Ele acredita, entretanto, que apesar das quedas, que persistem há dois pregões, a tendência é de que os preços do cacau voltem a se firmar nas próximas semanas. Isto porque projeções iniciais apontam redução nas safras da Costa do Marfim, Gana e Brasil no período 2003/04. "Além disso, houve aumento no esmagamento da Alemanha, o que indica retomada do consumo", avalia. Um boletim divulgado ontem pela Bundersverband der Deutschen Subwaren Industries revela que a Alemanha processou 42,7 mil toneladas de cacau no segundo trimestre deste ano, volume 12,72% maior que as 37,9 mil toneladas verificadas em igual período de 2002. O esmagamento na Alemanha é a primeira indicação de consumo na Europa no segundo semestre. Outros dados sobre o consumo no continente europeu serão divulgados em breve.
Hartmann entende que o cacau está subvalorizado, porque as industrias reduziram as compras e as safras temporãs dos principais produtores mundiais foram em maior volume que o esperado. "Acreditamos que a redução das safras principais e a retomada das compras por parte das industrias devem colocar os preços do cacau entre US$ 1.800 e US$ 1.900 por tonelada em trinta dias", estima.