CI

Baixa qualidade do café na mira da indústria


Com o propósito de inibir a produção de cafés de baixa qualidade, que, segundo projeções, já responde por 30% das 13,5 milhões de sacas de 60 quilos que são consumidas no Brasil anualmente, a Associação Brasileira da Industria de Café (Abic) está elaborando um programa de qualidade, que será divulgado a partir de janeiro de 2004. "O programa será desenvolvido nos mesmos moldes das campanhas da Organização Internacional do Café (OIC)", diz Nathan Herszkowicz, diretor da Abic. A iniciativa visa buscar o aumento do consumo de café no País, que registrou acentuado crescimento entre 1992 e 1999, estimado em 50% no período, mas que a partir de 2000 tem mantido uma taxa anual entre 1,5% e 2%. "Em todos os países onde houve melhoria de qualidade, o consumo aumentou.

O programa de qualidade é uma ferramenta de valorização do produto", diz o diretor. Os resultados que a Abic quer alcançar são dois: aumento de 18% no consumo até 2005, para 16 milhões de sacas no ano, e redução da comercialização de cafés de baixa qualidade dos atuais 30%, para 10% do consumo nacional em 2005. Há cinco anos, a comercialização de cafés de baixa qualidade respondia por 10% do mercado nacional. "Este é um índice tolerável, que não prejudica o funcionamento da cadeia como acontece atualmente", avalia.

Café de baixa qualidade é o produto cuja matéria-prima é composta, na sua maioria, por grãos defeituosos: imaturos, apodrecidos, fermentados. O resultado desta mistura é um produto, que após torrado e moído não apresenta aroma, nem o sabor original de café. "Além disso, o rendimento é inferior ao do produto tradicional".

Parte dos cafés que formam o segmento de itens de baixa qualidade é comercializado em cestas básicas, constituídas por produtos de baixo preço e baixa qualidade, uma outra parte é comercializada através de promoções realizadas por grandes varejistas."Também existe uma fatia de mercado abastecida pelas licitações em órgãos públicos, onde em função do menor preço o produto oferecido tem baixa qualidade", diz.

A produção de café de melhor qualidade pode proporcionar ganhos substanciais aos produtores. "A indústria está disposta a pagar R$ 40 a mais por saca de café", estima. No mercado varejista, o produto de melhor qualidade teria o preço reajustado entre R$ 0,95 e R$ 1 por quilo. "A elasticidade do consumo de café não é relacionada ao preço, mas sim a qualidade".

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.