A Nestlé S.A., maior empresa de alimentos do mundo, anunciou queda de 51% no lucro do primeiro semestre, para US$ 2 bilhões, uma vez que os ganhos do mesmo período do ano passado foram impulsionados por itens extraordinários, segundo comunicado da empresa, cuja sede fica em Vevey, na Suíça. De acordo com o documento, o lucro do primeiro semestre do ano passado foi impulsionado por itens extraordinários, como a Oferta Pública Inicial de sua unidade Alcon, com a qual levantou US$ 2,8 bilhões, e a venda de uma unidade de ingredientes por US$ 360 milhões.
As vendas da empresa, excluindo aquisições e oscilações cambiais, aumentaram 5,5% no primeiro semestre, acima dos 4,8% previstos pelo mercado. O resultado favorável foi puxado pelas vendas da água Perrier e do café solúvel Nescafé. Ambos os produtos — água e café solúvel —, juntamente com a área de nutrição infantil, tiveram um bom desempenho na performance das vendas na região da América Latina.
A Nestlé, que também produz as barras PowerBars e os sorvetes Haagen-Dazs, espera uma demanda "mais favorável" nos próximos meses, segundo afirmou o executivo-chefe da companhia, Peter Brabeck. A empresa prevê que atingirá sua meta de receita neste ano, em contraste com a Unilever, que em junho reduziu sua estimativa de vendas anuais.
A Nestlé e a Unilever, fabricante dos chás Lipton, estão reduzindo custos para lidar com a fraqueza nos gastos dos consumidores e com a desvalorização do dólar em relação ao franco suíço e ao euro. A Nestlé está na frente, segundo investidores, porque não tem uma divisão problemática, — como a Slim-Fast, de produtos dietéticos da Unilever — e porque ainda tem mais custos a reduzir.
“A Nestlé está claramente acima das taxas de crescimento do mercado”, observou Edwin Slaghekke, que administra o equivalente a cerca de US$ 2,2 bilhões na Theodoor Gilissen Bankiers e possui ações da empresa suíça.