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Escassez de raiz eleva preço da fécula de mandioca

Pasquini caracteriza o comportamento atual do mercado brasileiro como “um momento de muita instabilidade, em que se se tem um horizonte de oferta de raiz muito reduzida, e uma grande concorrência com as indústrias de farinha, que estão produzindo para atender o Nordeste do país, que está com escassez de mandioca”.

Esse ciclo, conforme Pasquini, contribui para desestabilizar a produção do setor de amido de mandioca. Ele acredita, contudo, que a partir do mês de abril do ano que vem, a situação começara a se estabilizar. Na avaliação de Pasquini, “devido a um erro cometido em um passado não muito distante, em que houve uma super oferta de raiz e os preços da mandioca estiveram muito baixos, não remunerando o produtor, houve um desestímulo no plantio, o que gerou reflexos negativos nesta safra".

“Hoje, a maioria das indústrias de amido de mandioca está trabalhando com capacidade que não chega a 30% de sua produção normal, gerando uma ociosidade em nosso parque fabril”, constata.

O Presidente da ABAM salienta que, desde o ano passado, os industriais do setor de amido de mandioca já tinham consciência de que o setor sofreria nesta safra o impacto da super oferta de raiz dos dois últimos anos. Com a finalidade de atrair o produtor rural, a ABAM lançou, no ano passado, a campanha institucional “Agora Todo Ano é Ano Bom”, estabelecendo um preço mínimo para os produtores que assinassem contratos de fornecimento de raiz com as indústrias.

Neste ano a campanha para atrair o produtor se intensificou, sob o slogan “Plantio Responsável de Mandioca”, com o estabelecimento do preço mínimo de R$ 100,00 para os produtores que assinarem os contratos de garantia. “O plantio responsável visa equilibrar o setor, dando condições de garantia de preços e venda ao produtor, proporcionando às industrias o suprimento de sua matéria-prima, e oferecendo ao mercado produtos com qualidade e preços estáveis”, ressalta o Presidente da ABAM.

A campanha Plantio Responsável de Mandioca tem como objetivo assegurar o volume de raiz necessário às metas de produção estimadas pelo setor de amido de mandioca, com base na demanda de mercado, e do crescimento futuro que se vislumbra, sobretudo face ao ingresso de multinacionais no setor e, conseqüentemente, do aumento das exportações. As projeções da ABAM são de crescimento de 30% ao ano, chegando-se ao ano 2008 com a marca histórica de produção de amido de mandioca da ordem de 2.2 milhões de toneladas.

“Sabemos que isto não acontecerá de um ano para o outro, mas acreditamos que este seja o inicio de um sistema de parceria entre os integrantes da cadeia produtiva da mandioca, em que o produtor firmará contratos de fornecimento de matéria-prima à indústria, com preços remuneradores, antes de plantar. Na outra ponta, as indústrias terão a garantia de suprimento de sua matéria-prima, e condições de oferecer ao mercado produtos com qualidade e preços competitivos”, projeta Pasquini, para quem, somente com a adesão do produtor se conseguirá obter o êxito esperado pelo programa.

AUMENTO DO PLANTIO

De acordo com o Deral (Departamento de Economia Rural), vinculado à Seab (Secretaria da Agricultura do Estado do Paraná), a próxima safra de mandioca no Paraná promete ser maior, a considerar o aumento de plantio projetado pelo Departamento. No primeiro levantamento estatístico do setor o Deral constatou que a área cultivada de mandioca no Paraná deverá aumentar de 112 mil hectares para 136 mil hectares, verificando-se crescimento em torno de 20% no plantio. O Estado do Paraná é o terceiro colocado na produção de mandioca do país e o primeiro na produção de amido de mandioca.

Para o Técnico do Deral, Methodio Groxko, “o índice de crescimento do plantio de mandioca no Paraná é bastante expressivo, visto que o aumento médio anual de plantio no Estado gira em torno de 10%”. As razões para esse comportamento, segundo Groxko, são os preços atuais da mandioca; a conscientização dos produtores acerca de novas opções de mercado para a cultura, como a possibilidade de adição da fécula de mandioca à farinha de trigo; e, as expectativas de crescimento das exportações de amido.

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