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Acordo com a China para facilitar as exportações de soja


Os exportadores de soja se comprometeram a separar as cargas destinadas à China, evitando impurezas. O acordo firmado ontem entre o governo e o setor produtivo, após reunião com o vice-ministro da Administração Geral da Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena da China, Wang Qinping. Também ficou acertado que o governo chinês avisará o Brasil sempre que detectar problemas nos navios, para que a carga seja rastreada.

O chamado "top off" – navios da Argentina que completam a carga no Brasil – é uma das causas das incertezas quanto às impurezas. No encontro de ontem, especialistas disseram que é possível dividir os porões para não haver a mistura das cargas. O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, José Amauri Dimarzio, afirmou que, além disso, se for preciso, será enviada uma missão aquele país para verificar in loco as reclamações. O secretário ressaltou ainda que vice-ministro chinês em momento algum falou em cancelar ou reduzir as importações de soja devido a esses problemas. "É a primeira vez que a China diz estar preocupada com a qualidade da soja", disse Dimarzio. Segundo o secretário, a China reclama da presença de impurezas e de aflatoxina resultante do excesso de umidade na soja embarcada por empresas brasileiras para a China, fato que também estaria ocorrendo em cargas dos Estados Unidos e da Argentina. Mas para os representantes do setor, as reclamações da China teriam motivação mercadológica, uma vez que têm ocorrido na época de colheita do grão naquele país.

No entanto, o governo brasileiro admite que em análises preliminares foram detectados problemas. No Paraná, de 234 mil caminhões fiscalizados, 5 mil foram rechaçados e outros 850 vagões – de 63 mil vagões – também apresentaram impurezas. Por isso será intensificada a fiscalização nos portos. A suspeita do governo brasileiro é da ocorrência do problema no porto de Rio Grande (RS).

Dimarzio pediu à missão chinesa que envie uma análise contendo dados detalhados de cada carga embarcada, a fim de que seja feito o rastreamento da soja exportada para identificar a origem dos lotes. Com essas informações, o Brasil poderá descobrir de quais portos saíram os lotes e, conseqüentemente, as empresas exportadoras.

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