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Embrapa e IBGE mapeiam solos do Brasil


Brasil conta, a partir de agora, com importante instrumento para o planejamento estratégico de seu espaço territorial. Trata-se do Mapa de Solos do Brasil, lançado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

O novo mapa identifica e cartografa os diferentes tipos de solos encontrados em diversas regiões do País utilizando a nomenclatura e as especificações recomendadas pelo Sistema Brasileiro de Classificação de Solos da Embrapa, de 1999, que reúne o conhecimento científico brasileiro dos solos tropicais, único no mundo.

O novo mapa (escala 1:5.000.000), além de fornecer visão panorâmica da grande diversidade de solos do País, traz a distribuição espacial das principais classes de solos, permitindo, assim, saber o potencial de aproveitamento de cada área. Suas informações são estratégicas para a avaliação da dinâmica da paisagem nacional e elaboração de políticas agrícola, agrária, além de zoneamentos e planejamentos regionais e estaduais, bem como planos setoriais, a exemplo da utilização e conservação de recursos hídricos, corredores de desenvolvimento, sistemas viários entre outras ações.

Racionalizar o espaço

"O novo mapa permitirá maior racionalização na arrumação do espaço físico do País, possibilitando informações sobre quais áreas devem ser preservadas ambientalmente, quais regiões são mais sensíveis a erosões, quais pontos apresentam características favoráveis à agricultura, além de apontar quais os tipos de lavouras mais adequados para cada região", destaca o pesquisador Celso Guttemberg, do departamento de coordenação de recursos naturais do IBGE.

O Mapa de Solos do Brasil, que será disponibilizado em meio digital, faz parte da série Mapas Murais do IBGE, que inclui a série de mapas: Relevo, Vegetação, Geologia, Fauna e Clima do Brasil, todos ainda em processo de elaboração, explica o diretor de Geociências do IBGE, Guido Gelli.

Coleta de dados

O documento reúne informações e conhecimentos produzidos ao longo de mais de 50 anos de ciência do solo no Brasil.

Para elaborar o material, foram utilizados os levantamentos exploratórios de solos produzidos pelo Projeto Radam Brasil ao longo das décadas de 1970 e de 1980, a estes trabalhos foram acrescentados outros estudos mais detalhados de solos também produzidos pela Embrapa em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O trabalho envolveu mais de 30 instituições de pesquisas e aproximadamente 800 pesquisadores no Brasil, observa o chefe-geral do Centro Nacional de Pesquisa de Solos da Embrapa, Doracy Pessoa Ramos, um dos coordenadores do projeto. No campo do planejamento agrícola brasileiro, o novo mapa será fonte fundamental de informação para viabilizar aumento da produção de alimentos, via incremento de produtividade.

No sentido de impulsionar a produção agrícola, o documento será uma espécie de "mapa da comida", resume o pesquisador Celso Monteiro, do IBGE.

Todas as informações viabilizadas pelo Mapa de Solos serão trabalhadas por um "consórcio" de instituições federais (entre os quais se destacam o IBGE e a Embrapa), destinando à elaboração de um zoneamento ecológico econômico do Brasil.

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