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Preço preocupa indústria arrozeira - Sindarroz critica aumento da saca em 40%


A indústria do arroz teme o fechamento de unidades se houver entusiasmo na importação. O alerta é do presidente do Sindarroz, Élio Coradini, que prevê possibilidade de cenário difícil, similar ao último episódio do El Niño no RS, quando houve quebra na produção. Estima ainda 14 meses de retração até a entrada da próxima safra, devido à valorização do produto hoje vendido entre R$ 34 a R$ 35. "Estamos tirando a casca do arroz e perdendo dinheiro." A indústria, assegura, não tem conseguido repassar o valor da matéria-prima por causa da carga tributária, juros elevados e compras à vista com vendas a prazo. Em 2002, lembra, o preço começou a subir em março, mas, em agosto, era negociado a R$ 25, valor 40% inferior à cotação atual.

O dirigente informa que a indústria está sendo "quase 100%" abastecida por arroz de países do Mercosul e nos Estados Unidos e que negócios estão sendo fechados com a Ásia para a entrada de grão no país em setembro. "É preciso trabalhar com volumes pequenos de importações e sem estoque para não haver ressaca."

O presidente da Federarroz, Artur Albuquerque, descarta regulação de oferta e estocagem para garantir preços "que devem se manter até a próxima safra". Albuquerque garante os valores em patamar "histórico para os orizicultores", mas diz que o custo de produção aumentou 76% na última safra. "E houve reação de preços depois de 48 meses com valores quase à metade dos preços históricos." Na sua avaliação, a tentativa de derrubar a Tarifa Externa Comum (TEC) para viabilizar as importações não beneficiará nem ao consumidor, pois, para regular o mercado, são necessárias 500 mil toneladas e entraram no país 300 mil toneladas, sendo que há negociação para mais 200 mil toneladas. Argumentou, ainda, que está ocorrendo retração de oferta em decorrência da paralisação da Receita Federal, que impede a entrada de cereal de países do Mercosul.

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