A partir do próximo ano, a China pretende modificar seu sistema de cotas de importação. O novo modelo dará tratamento igualitário às tradings (firmas de importação e exportação) e às indústrias exportadoras, disse Bi Jingquan, um dos diretores da Comissão Estatal de Desenvolvimento e Reforma. Atualmente, a indústria local tem mais dificuldade para importar matéria-prima do que as trading companies estrangeiras.
Serão beneficiadas, sobretudo, aquelas empresas que importam matéria-prima e exportam produto com maior valor agregado, o que possivelmente aumentará as compras de açúcar, trigo, milho, algodão e lã, anuncia o governo.
O governo chinês desistirá de metade das cotas de importação concedidas a moinhos e a outras empresas processadoras, porque muitos destes estabelecimentos exportam farinha de trigo, ração animal, têxteis de toda espécie e outros produtos de valor agregado.
O objetivo da medida é limitar o poder das tradings: elas importam matéria-prima, formam grandes estoques e esperam pela alta dos preços para só então vender a mercadoria, em prejuízo de compradores como a indústria local.
Protesto americano
A anúncio já despertou protestos dos Estados Unidos. Autoridades do comércio exterior dos EUA queixaram-se a seus colegas chineses de que a limitação dos volumes que as firmas de importação e exportação poderão comprar do exterior violam as normas da Organização Mundial de Comércio (OMC) e que nenhum outro membro da organização estabelece diferenças entre os importadores.