Lucro para os agricultores e uma vitória da tecnologia com a ajuda do clima, principalmente pelas temperaturas amenas.
Na próxima semana começam a ser colhidas no Norte do Paraná as lavouras de trigo de variedades precoces ou plantadas "no cedo", logo no início da época recomendada.
Alguns campos de sementes já foram colhidos e as empresas do setor disseram tratar-se de material de alto padrão.
As excelentes condições das plantações animaram os pesquisadores que estão prevendo altas produtividades, podendo chegar a 2.200 kg por hectare.
Clima favorável e boas perspectivas de mercado estimularam o agricultor a fazer uso da tecnologia. Com tecnologia adequada as variedades indicadas pela pesquisa - todas de boa qualidade - puderam mostrar todo o seu potencial.
Os cientistas Sérgio Dotto e Dionísio Brunetta (Embrapa) e Luiz Alberto Campos (Iapar) relacionam, entre outros, os seguintes pontos fortes da safra: boas sementes, inverno com temperatura amena, semeadura na época certa, adubação adequada, controle adequado de doenças no momento certo e um bom acompanhamento das lavouras. Dotto observa que o produtor buscou assistência técnica. ‘‘A presença de um engenheiro agrônomo é fundamental’’ - destaca Dotto.
Todos os pesquisadores ouvidos pela Folha Rural esta semana destacaram a qualidade industrial das cultivares, com a preocupação de atender à demanda das indústrias moageiras e de massas. Variedades com esses atributos facilitam a comercialização para o produtor.
‘‘O clima ajudou, mas só o clima não basta. O desempenho é bom porque há tecnologia e porque o agricultor está cada vez mais profissional’’ - ressalva o pesquisador Brunetta.
Campos, do Iapar, acha que é possível ganhar mais em produtividade e que o caminho é através da redução dos riscos. Ele também coloca a parceria com a Fundação Meridional como fator importante para agilizar o processo de indicação de melhores cultivares e transferência de tecnologias.
O pesquisador levanta uma questão: é preciso um manejo preventivo contra o percevejo ‘‘barriga verde’’ Dichelops.
Dias de campo entre pesquisadores, técnicos da extensão e agricultores mostram que hoje o Paraná tem pelo menos 10 a 20 variedades de trigo criadas pelas instituições de pesquisas do Paraná (Embrapa, Iapar, e Codetec) que são excelentes. Isto mostra a evolução do processo de melhoramento genético. Brunetta destacou variedade a Iapar 78, segunda variedade mais plantada no Paraná (a primeira é a CD 104). Cultivares de ciclo curto podem proporcionar uma colheita mais cedo, antes da chegada das chuvas de setembro.
Produtores que participaram de dias de campo em Maringá e Cambé, esta semana, reconheceram que a tecnologia evoluiu muito no processo de melhoramento genético do trigo. Eles acham que as variedades que estão sendo apresentadas nos campos de produção de sementes desta safra tendem a ser ainda melhores. Elas são a BRS 220, as IPRs 85, 109 e 110, as CDs 108, 110 e 111 e a OR Onix.
O pesquisador Sérgio Dotto, afirma que as variedades que os agricultores estão plantando no Paraná ‘‘são excelente material genético’’, os grãos têm textura dura, são cultivares resistentes ou tolerantes às doenças e oferecem alto rendimento em boas condições de fertilidade.